Mais de 22 mil pessoas que morreram no Brasil entre 2015 e 2021 não foram identificadas. Os dados são do Boletim Epidemiológico da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde divulgados esta semana. Segundo o documento, no período entre 2015 a 2021, foram registrados pouco mais de 9,9 milhões de óbitos no Sistema de Informação sobre Mortalidade do Ministério. Deste total, 22.224 foram classificadas como “pessoas não identificadas” junto ao Sistema.
Esse levantamento foi feito a partir da verificação da Declaração de Óbito. Na padronização do documento em todo o território nacional, o campo “nome do falecido” passou a ser preenchido pelos médicos com o termo “Pessoa Não Identificada”, quando a identidade não foi confirmada até o momento da emissão da declaração.
Segundo o Boletim, a quantidade de pessoas não identificadas vinha sofrendo queda ano a ano, variando de 3.831 para 2.731 entre 2015 e 2019. Nos dois anos posteriores, período da pandemia da covid-19, houve aumento anual das mortes registradas de pessoas sem identificação. Um crescimento de 15,4% em 2020 e de 35,4% em 2021 em relação a 2019.
Do total de registros de pessoas não identificadas, constantes na base de dados do Sistema de Informação de Mortalidade nestes sete anos analisados, 55% dos óbitos ocorreram na região Sudeste, principalmente nos estados do Rio de Janeiro, com pouco mais de 26%, e de São Paulo, com 22,5%. Os dois estados totalizaram quase 50% do total de registros no Brasil no período.
O Ministério da Saúde reforça que o detalhamento cada vez mais criterioso da Declaração de Óbito no Sistema de Informação Sobre Mortalidade pode apoiar também a Política Nacional de Buscas por Pessoas Desaparecidas, já que o cruzamento de dados pode revelar se o registro de uma pessoa não identificada pode ou não se referir a uma pessoa desaparecida.
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