A cidade de São José do Belmonte, no sertão pernambucano, foi invadida por um grupo criminoso que cometeu uma série de delitos, inclusive, o assassinato de um importante industrial, político e coronel que vivia por lá. Essa história aconteceu há mais de um século e mostra como a prática do cangaço é antiga no país.
Pela participação nesse crime, ocorrido em 1922, Virgolino Ferreira da Silva, que ficaria conhecido na história como Lampião, se tornou um dos 42 réus e foi condenado pela primeira vez.
Toda essa história só pôde ser conhecida agora, em detalhes, após a descoberta de um documento com aproximadamente 1,4 mil páginas manuscritas.
As páginas envelhecidas, mas legíveis, foram entregues ao Tribunal de Justiça de Pernambuco na semana passada pela família de um juiz recém-falecido. O documento será preservado no Memorial da Justiça.
O material estava no município de Triunfo, cidade com 15 mil habitantes, conforme explica a historiadora Mônica Pádua, chefe do Memorial.
De acordo com a historiadora Mônica Pádua, chefe do Memorial, esse processo judicial é considerado um marco na história do Cangaço. Ele assinala o fim da Era Sinhô Pereira, antigo líder do cangaço, e o início de Lampião na liderança de um bando de cangaceiros.
Já existe no Memorial da Justiça outro processo, no qual Lampião aparece como testemunha de defesa de um dos seus irmãos. Agora, a nova documentação está em fase de limpeza e conservação para ser digitalizada e colocada à disposição do público.
