Comparando os movimentos sem terra à facções e falando em organização semelhante à adotada pelo tráfico de drogas, o deputado Ricardo Salles fez a leitura do relatório final da CPI do MST. No documento, de 88 páginas, em que ele faz uma revisão dos depoimentos nesses meses de funcionamento da Comissão.
No resumo dos achados da CPI, ele diz, por exemplo, que o Incra é o maior latifúndio improdutivo do Brasil e que a invasão de propriedades é apenas a ponta do iceberg, Ricardo Salles ainda se mostra Ccontra a Reforma Agrária. Diz que a Reforma Agrária é anacrônica, cara e ineficiente.
Sobre indiciamentos, ele pede de várias pessoas, entre elas, o de José Rainha, líder do movimento sem terra por falsidade ideológica e sonegação fiscal e o de Jaime Silva, presidente do ITERAL, o Instituto de Terras e Reforma Agrária de Alagoas, e de Débora Nunes, líder do MST no estado. No caso de Débora por abusos que teriam sido cometidos no acampamento São José como trabalhos forçados, violência e ameaça. No caso de Jaime Silva, por obstrução de via pública, dano ao patrimônio público e privado e incitação e viabilização de esbulho possessório, que é quando há a uso de violência para impedir que alguém exerça a posse de algum bem.
Outro pedido de indiciamento foi o do general Gonçalves Dias, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional. O relator entende que ele mentiu no depoimento que deu á CPI ao dizer que as invasões de terras não eram objeto de debate no governo e sobre o não recebimento de relatórios da ABIN sobre invasões. O indiciamento é por falso testemunho.
A reunião desta quinta-feira foi apenas para a leitura do relatório. A votação ficou para semana que vem, dia 26.