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PRF pede demissão de servidor suspeito de ensinar método de tortura

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Daniella Longuinho - Repórter da Rádio Nacional
26/10/2023 - 21:22
Brasília

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) pediu ao Ministério da Justiça a demissão do servidor Ronaldo Bandeira, de Santa Catarina, suspeito de ensinar a fazer 'câmara de gás' em viaturas da corporação.

De acordo com nota enviada pela PRF, Ronaldo Bandeira foi alvo de processo administrativo disciplinar, "em que foi garantida a ampla defesa", e a Corregedoria-Geral recomendou sua demissão.

Em um vídeo que teve grande repercussão nas redes sociais, o agente, que ministrava aula em um cursinho, detalha uma abordagem que teria ocorrido com outros policiais. Segundo diz Bandeira na gravação, ao deter um suspeito na parte de trás da viatura, houve resistência.

Em seguida, o agente diz: "O quê que ‘o polícia’ faz? Abre um pouquinho, pega o spray de pimenta e taca! A pessoa fica mansinha". O policial rodoviário ainda fala, no vídeo, com ironia, que o procedimento seria 'tortura'.

A advogada Mariana Lixa, que defende Ronaldo Bandeira, afirma que o processo estava na fase de recurso e que foi surpreendida pela imprensa com a recomendação da demissão.

A defesa afirma ainda que vai proceder de forma administrativa e que estuda um instrumento judicial para que os direitos e garantias fundamentais de Bandeira sejam preservados.

A gravação do vídeo veio à tona depois que Genivaldo de Jesus Santos foi morto durante ação de policiais rodoviários federais em Sergipe, em 2022.

Imagens veiculadas na internet mostram a ação policial que prendeu Genivaldo no porta-malas de uma viatura após ele trafegar de moto sem capacete em uma rodovia.

Durante a abordagem, um policial rodoviário jogou bombas de gás dentro do carro e manteve a tampa do porta-malas abaixada, impedindo Genivaldo de sair e respirar. Três policiais rodoviários federais foram demitidos e serão levados a júri popular pela morte de Genivaldo.

Nós procuramos o Ministério da Justiça para confirmar o recebimento do pedido de demissão de Ronaldo Bandeira, mas não obtivemos retorno até o fechamento desta reportagem. Também fizemos novo contato com a Polícia Rodoviária Federal para um posicionamento sobre as alegações da defesa, mas também não recebemos retorno.

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