A forte seca que atinge o estado do Amazonas fez com que indústrias da Zona Franca de Manaus reorganizassem o planejamento para garantir a montagem e o escoamento da produção.
Nesta segunda-feira (23), ao menos 30 de um total de 600 fábricas do Polo Industrial de Manaus deram férias coletivas para cerca de 17 mil trabalhadores. Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas, a ação se deu pela falta de insumos.
No entanto, de acordo com o presidente executivo do CIEAM, Centro da Indústria do Estado do Amazonas, Lúcio Flávio Morais, até o momento, não há informações de que essas indústrias tenham parado totalmente.
Em Manaus, a cota do Rio Negro está em 12,89 metros, a menor desde 1902, quando começaram as medições do volume do rio.
Lúcio Flávio Morais, dirigente do CIEAM, afirma que a indústria se prepara para o período da seca, embora a estiagem deste ano tenha sido agravada pelo El Niño e os impactos do fenômeno no canal do Panamá, umas das mais importantes rotas de comércio marítimo do mundo.
Além disso, Lúcio Flávio afirma que, na logística, o setor atua com a redução do volume de contêineres transportados para passar nos pontos críticos dos leitos dos rios e também com a mudança do modal, por exemplo, optando por balsas.
Lúcio Flávio Morais avalia que, em cerca de 10 dias, o nível do Rio Amazonas deve melhorar com a subida das águas na cabeceira dos rios no Peru, que abastecem a região brasileira, e os serviços de dragagem autorizados pelo governo federal.
Em nota, o Dnit informa que está finalizando os procedimentos administrativos para iniciar a dragagem no Tabocal/Foz do Rio Madeira. Segundo autarquia, os equipamentos necessários para a realização dos serviços já estão sendo mobilizados para o local para dar início aos trabalhos o mais breve possível.
O serviço de dragagem é importante para as hidrovias porque aumenta a confiança para navegação com um determinado calado, ou seja, profundidade da embarcação.