O Cais do Valongo, que fica na área conhecida como Pequena África, no centro da cidade do Rio de Janeiro, ganhou sinalização educativa, painéis expositivos e todo o local está cercado por um guarda-corpo novinho.
As obras feitas pela empresa State Grid Brazil Holding custaram R$ 2 milhões e serão entregues na próxima quinta-feira, em cerimônia com as presenças das ministras da Cultura, Margareth Menezes, da Igualdade Racial, Anielle Franco, e ministro dos Direitos Humanos, Sílvio Almeida.
Essa foi a primeira etapa da revitalização do sítio arqueológico reconhecido pela Unesco desde 2017 como Patrimônio Mundial e que durante os séculos 18 e 19 foi o principal porto de desembarque de africanos escravizados nas Américas.
As obras vão continuar. Nos próximos três anos, a região vai se transformar em um distrito cultural da Pequena África. E, as instituições culturais que ficam no entorno vão receber ações de fortalecimento, inclusive com geração de emprego e renda.
As iniciativas foram anunciadas pelo BNDES, no evento de celebração do Dia da Consciência Negra, nesta segunda-feira, 20 de novembro, no Palácio do Planalto, em Brasília. O Banco também anunciou o consórcio vencedor do edital Viva Pequena África, que vai fazer a primeira parte do conjunto de ações na região.
Formado pelo Centro de Articulação de Populações Marginalizadas, o Instituto Feira Preta e o negócio de impacto social Diaspora Black, o consórcio vai atuar de forma articulada na gestão de um fundo não reembolsável de R$ 20 milhões, sendo R$ 10 milhões do Fundo Cultural do Banco e o restante a ser captado junto a doadores.
Na mesma cerimônia, a ministra Anielle Franco, enfatizou que a revitalização da Pequena África faz parte de um resgate cultural de pessoas escravizadas.
O apoio das instituições também prevê o incentivo à criação de uma nova rota turística, visando a conexão com roteiros de afroturismo nacionais e internacionais.