Depois de um apagão que deixou mais de 2 milhões e 100 mil paulistanos sem energia elétrica, alguns por mais de 140 horas, clientes da Enel em São Paulo e do interior do Rio de Janeiro voltam a sofrer com falhas no fornecimento de energia. 
Nesta terça-feira (14), faltou luz até mesmo durante a sessão da CPI da ENEL na Assembleia Legislativa de São Paulo, o que virou motivo de piada entre os presentes.
Cerca de dez segundos depois a energia foi restabelecida e os deputados estaduais ouviram o presidente da Enel, Max Xavier, sobre a falha no fornecimento entre os dias 3 e 9 de novembro. Durante o depoimento houve uma nova queda de energia. O executivo atribuiu a falha a problemas internos da Assembleia Legislativa de São Paulo. Em nota, a Alesp confirmou a versão do presidente da Enel.
Mas as falhas no fornecimento vêm sendo sentidas em toda a grande São Paulo.
Flavio Kaden mora na zona leste da capital paulista e é técnico de informática. Ele tem enfrentado quedas constantes de energia. Só nessa segunda-feira foram cinco interrupções no fornecimento.
O sistema de transporte sobre trilhos também enfrentou problemas. No metrô, equipamentos que dependem de alimentação elétrica falharam, como explicou Alex Santana, diretor da Federação Nacional dos Metroferroviários.
Em um comunicado interno, o Metrô atribuiu as falhas ao fornecimento de energia pela Enel. Nesta terça-feira, um pico de energia interrompeu o funcionamento de escadas rolantes e ar condicionado de, pelo menos, uma linha de trem.
As falhas afetam também cidades no interior do Rio de Janeiro que são abastecidas pela Enel. Carlos Eduardo Padilha, gerente de uma loja de materiais elétricos, em Aparibé, conta que a interrupção no fornecimento vem acontecendo diariamente, mas piorou nessa segunda-feira;
Foram relatados problemas em pelo menos outras 7 cidades fluminenses.
Durante a CPI da Enel, Max Xavier falou apenas das falhas depois dos ventos que atingiram o estado de São Paulo no dia 3 de novembro. Ele voltou a cobrar a poda das árvores pelas prefeituras.
E culpou o clima.
A explicação irritou os prefeitos da região metropolitana, como Orlando Morando, de São Bernardo do Campo, que questionou os canais de comunicação da Enel com os clientes.
Nós questionamos a Enel sobre as oscilações de energia em São Paulo e no Rio de Janeiro nesta segunda e terça feiras .
Sobre as falhas no interior fluminense, a concessionária disse que o fornecimento foi regularizado e atribuiu a falha a transmissora de energia, a Furnas, administrada pela Eletrobrás. Em nota, a Furnas confirmou falhas na transmissão de energia para a região de Campos, região norte do estado.
Sobre as falhas na região metropolitana de São Paulo, a Enel disse que foram registrados dois picos de energia nesta segunda-feira. Em nota, a ISA, empresa que fornece a energia que depois é distribuída pela Enel na região metropolitana confirmou um aumento de 36% do consumo de energia e atribuiu ao uso de aparelhos de ar-condicionado.
Já a falha no metrô de São Paulo a Enel diz que não é sua responsabilidade. A falha na linha 9 do trem nessa terça-feira foi também atribuída a um pico de energia.
Sobre as oscilações relatadas na reportagem, a Enel não soube informar quantos consumidores podem ter sido afetados pelas oscilações e pediu o endereço das pessoas entrevistadas para explicar as falhas individualmente.
