A prefeitura de Natal decretou situação de emergência por 90 dias nas áreas afetadas pelas chuvas que castigaram a capital do Rio Grande do Norte, nesta semana.
O decreto publicado em edição extra do Diário Oficial desta terça-feira determina que a Secretaria Municipal de Governo passa a coordenar todos os órgãos na resposta ao desastre. E prevê a convocação de voluntários e campanhas de arrecadação. Em caso de risco, autoridades e agentes de defesa civil têm autorização para entrar nas casas para prestar socorro ou determinar a saída dos ocupantes.
Ficam dispensados de licitação os contratos para obras de recuperação, desde que sejam concluídas em seis meses. Nesta quarta-feira, a prefeitura de Natal retomou os serviços de saúde.
As chuvas que atingiram Natal chegaram a 245 mm entre segunda e terça-feira, transbordando lagoas e alagando imóveis. Crateras foram abertas em ruas e avenidas, redes de drenagem foram afetadas, além de queda de árvores. O volume de chuva foi equivalente a 11 vezes a média histórica para o mês de novembro, de acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia.
O Corpo de Bombeiros Militar acionou todo o efetivo de busca e salvamento do Norte, que estava de folga, para atender mais de 100 ocorrências na Grande Natal. De acordo com a Defesa Civil, cerca de 60 pessoas ficaram desabrigadas e, muitas outras, desalojadas, explicou a secretária de planejamento, Joanna Guerra.
As fortes chuvas também atingiram o interior. Em Brejinho, região agreste, a chuva chegou a 320 mm. Isso é mais da metade do que choveu em todo este ano até agora.
Segundo meteorologistas da Empresa de Pesquisa Agropecuária potiguar, a dimensão da chuva não foi detectada por nenhum sistema de previsão e foi causada pela formação de nuvens incomuns em áreas equatoriais e litorâneas. A previsão do tempo até sábado é de céu parcialmente nublado com chuvas em quase todo o Rio Grande do Norte.