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PF investiga quadrilha que mantinha paraguaios em trabalho escravo

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Gabriel Corrêa - Repórter da Rádio Nacional
14/11/2023 - 12:05
São Luís - MA

Investigação descobre grande esquema de falsificação e contrabando de cigarros paraguaios, que envolvia tráfico de pessoas, trabalho escravo, além de outros crimes, como lavagem de dinheiro. 

Mais de 160 agentes federais saíram às ruas em cidades de Minas Gerais e São Paulo nesta terça-feira (14) para combater o grupo, que também é acusado de desvio das máquinas usadas na fabricação dos cigarros, falsificação de documentos, e crimes contra as relações de consumo e contra os registros de marcas.

De acordo com as investigações, um empresário de Barueri, interior paulista, cooptava trabalhadores no Paraguai, para trabalharem em fábricas clandestinas em Minas Gerais, onde eram submetidos ao trabalho em condições análogas à escravidão.

Os trabalhadores ficavam sob vigilância, não podiam sair nem se comunicar, durante vários meses. Os telefones deles também eram confiscados. De acordo com a PF, eles nem sabiam o local onde estavam, pois eram conduzidos até as fábricas com os olhos vendados. Além disso, a distribuição dos cigarros paraguaios falsos era feita em caminhões, com a mercadoria escondida entre outros produtos. 

A megaoperação desta terça foi levada adiante pela Polícia Federal, Receita Federal e Ministério do Trabalho. Eles cumpriram 24 mandados de prisão, e 35 de busca e apreensão. Cerca de R$ 20 milhões em bens e valores de 38 pessoas físicas e 28 pessoas jurídicas também foram bloqueados.

A Polícia Federal também cumpriu nesta terça-feira 12 mandados de busca e apreensão e 11 de sequestro de bens contra outro esquema de associação criminosa e lavagem de dinheiro envolvendo contrabando de cigarros.

As investigações começaram no fim do ano passado e apontam que pelo menos 11 pessoas, a maioria de cidades de Minas Gerais, trabalhavam no fornecimento e distribuição de cigarros falsos para o norte de Minas e sul da Bahia.

De acordo com a PF, os investigados utilizaram o nome de terceiros para movimentar milhões de reais conseguidos com o contrabando nos últimos anos.

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