A baluarte da Portela Vilma Nascimento, de 85 anos, que denunciou um ato de racismo no Aeroporto Internacional de Brasília, agradeceu ao apoio que está recebendo, após a divulgação do caso. Mas confirmou que a família está em contato com advogados para buscar reparação na Justiça. A ocorrência também já foi notificada à Polícia Civil.
Vilma Nascimento, que foi uma das mais celebradas porta-bandeiras da escola carioca, esperava para embarcar para o Rio de janeiro na última terça-feira, após receber uma homenagem na Câmara dos Deputados por ocasião do Dia da Consciência Negra. Ela conta que chegou a ser atendida por uma vendedora da loja que fica no aeroporto e tirar dúvidas sobre alguns perfumes, mas preferiu não comprar nenhum deles. Então, saiu da loja e ao passar por ela novamente, foi abordada por uma segurança e obrigada a esvaziar sua bolsa para provar que não tinha roubado. Vilma disse que nunca passou por uma humilhação como essa.
O vídeo do momento em que Vilma Nascimento esvazia sua bolsa viralizou e gerou comoção nas redes sociais. A Portela publicou nota de solidariedade e condenou o ocorrido com Vilma Nascimento e a família. Disse que o constrangimento, demonstrado nas imagens divulgadas, é sentido por todos que tem no samba parte importante de sua identidade, e que enxergam em Vilma uma grande referência.
O cantor e compositor Paulinho da Viola, ligado à escola, declarou que também se sente ferido, e que apesar de todos os esforços para combater o preconceito, ele acontece diariamente toda vez que uma pessoa é agredida, humilhada, constrangida e ferida dessa maneira. A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, classificou como absurdas e inadmissíveis as acusações racistas feitas contra Vilma e garantiu que a pasta está em contato com ela para prestar solidariedade e auxílio. A Inframerica, que administra o aeroporto de Brasília, informou que a empresa responsável pela loja já tomou as medidas cabíveis e afastou a funcionária.