Em 2023, o Brasil e o Mundo viram se intensificar os efeitos das mudanças climáticas. Chuvas intensas, ciclones, secas, incêndios e ondas de calor em várias partes do planeta. Em fevereiro, o litoral norte de São Paulo também foi duramente castigado pelos temporais que deixaram 65 pessoas mortas e registraram o maior acumulado de chuva da história do Brasil.
Na região norte, em outubro, a seca extrema deixou todos os 62 municípios do Amazonas em situação de emergência e mais de 600 mil pessoas foram afetadas. O Rio Negro registrou o nível mais baixo em mais de 120 anos. E no Rio Grande do Sul, ciclones extratropicais causaram a morte de mais de cinquenta pessoas, na maior tragédia ambiental do estado dos últimos 40 anos.
E foi difícil suportar as ondas de calor. Ao longo de vários dias nos meses de setembro, novembro e dezembro, as temperaturas ultrapassaram os 42 graus em diversos estados brasileiros, com sensação térmica beirando os 60 graus em algumas cidades.
Mas não foi só no Brasil. Em julho uma forte onda de calor atingiu a Europa, Estados Unidos e parte da África. Durante reunião preparatória para a Conferência do Clima da ONU, a ministra do Meio Ambiente Marina Silva alertou que a agenda para enfrentar as mudanças climáticas precisa ser ambiciosa e transformadora.
Sinais importantes finalmente saíram de Dubai, nos Emirados Árabes, país petroleiro que sediou a COP 28. Pela primeira vez, os países concordaram em fazer uma transição energética e usar cada vez menos combustíveis fósseis.
Para o secretário-executivo do Observatório do Clima, Marcio Astrini, o desafio agora é tirar essas promessas do papel. Nesse caminho a COP 30, que vai acontecer em Belém, no Pará, em 2025, tem papel fundamental.
Até lá o mundo agoniza. Em fevereiro, o Chile enfrentou um dos piores incêndios florestais da sua história, com dezenas de mortos. Com o combate dificultado pelo calor extremo, o fogo também se alastrou por regiões da Argélia, Itália, Grécia, Canadá, Havaí e Austrália.