Quatro vereadores que assinaram o pedido de abertura de CPI para investigar o padre Julio Lancellotti e as ONGs que atuam na Cracolândia, no centro de São Paulo, retiraram o apoio.
O anúncio da tentativa de criar uma Comissão Parlamentar de Inquérito, na Câmara Municipal de São Paulo, envolvendo o padre Julio Lancellotti, repercutiu mal na sociedade, e nessa quinta-feira (4), quatro vereadores pediram para retirar a assinatura do requerimento.
O religioso coordena a Pastoral do Povo de Rua de São Paulo, e é conhecido por prestar assistência aos mais pobres do centro da capital paulista, com distribuição de refeições e cobertores.
Um dos vereadores que retirou o apoio à CPI, Thammy Miranda, do PL, postou nas redes sociais que se sentiu enganado. Thammy justificou que o requerimento, de autoria do vereador Rubinho Nunes, do União Brasil, mirava possíveis irregularidades na atuação de ONGs clandestinas na Cracolândia - mas não mencionava investigar o padre Lancellotti.
O prefeito Ricardo Nunes, que soube da proposta da CPI pela imprensa, ligou nessa quinta para o padre Júlio e para o arcebispo de São Paulo Dom Odilo Sherer, para tranquilizá-los.
O presidente Lula também usou as redes sociais nessa quinta para defender o líder da Pastoral do Povo. Sem mencionar a CPI, o presidente escreveu na postagem que o padre Lancellotti dedica há muitos anos a vida para tentar dar um pouco de dignidade, respeito e cidadania às pessoas em situação de rua.
Para ser instalada, a CPI precisa antes passar pelo plenário e ter 28 votos.