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Bolsonaro teria aprovado minuta golpista, aponta operação da PF

O documento teria sido escrito pelo ex-assessor Filipe Martins
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Gabriel Brum, repórter da Rádio Nacional
08/02/2024 - 16:04
Brasília
Brasília (DF), 18/10/2023, O ex-presidente Jair Bolsonaro, fala com jornalistas, na sede da Polícia Federal em Brasília. Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
© Valter Campanato/Agência Brasil

O ex-presidente Jair Bolsonaro teria aprovado a minuta de um decreto golpista antes de apresentar a comandantes das Forças Armadas. O documento teria sido escrito pelo ex-assessor para Assuntos Internacionais da Presidência, Filipe Martins.

A informação está na decisão do ministro Alexandre de Morares, do Supremo Tribunal Federal, que autorizou a operação desta quinta-feira.

De acordo com o conteúdo da decisão, Filipe Martins redigiu a minuta de decreto que pedia a prisão de diversas autoridades, como os ministros do STF, Alexandre De Moraes e Gilmar Mendes, além do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco.

A investigação da Polícia Federal aponta que Bolsonaro pediu para retirar os nomes de Gilmar Mendes e Pacheco e manter a ordem de detenção de Alexandre de Moraes. O texto depois foi usado para pressionar comandantes das Forças Armadas a aderirem à tentativa de golpe.

Em nota, Rodrigo Pacheco afirmou que foi uma “ação insensata encabeçada por uma minoria irresponsável, que previa impor um Estado de exceção e prisão de autoridades democraticamente constituídas”. Acrescenta ainda que “agora, cabe à Justiça o aprofundamento das investigações para a completa elucidação desses graves fatos."

A defesa de Filipe Martins afirmou que não teve acesso à decisão e que já solicitou o acesso integral dos autos para se manifestar. A defesa de Jair Bolsonaro não se manifestou até o fechamento dessa reportagem.

Os pedidos de prisão e busca feitos pela Polícia Federal foram fundamentadas em informações da colaboração premiada do coronel Mauro Cid, ex assessor direto de Bolsonaro. A decisão traz também imagens de várias conversas entre Cid e outros investigados.

Além do decreto de golpe, os investigadores identificaram tratativas com militares de alta patente para aderirem ao golpe; e monitoramento de autoridades, inclusive do próprio Alexandre de Moraes, para o cumprimento de prisões, caso o golpe fosse realizado.

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