O carnaval de rua deve muito a trabalhadores que costumam não receber reconhecimento. São os camelôs, vendedores ambulantes que estão em todos os blocos, eventos, sempre prontos para oferecer o que o folião precisar.
Seja aquela água ou bebida gelada para refrescar, um alimento para recarregar a bateria e até um adereço ou fantasia de última hora.
No Rio de Janeiro, a categoria vem cobrando a valorização pelo seu trabalho fundamental na maior festa popular da cidade. Maria do Carmo, conhecida como Maria dos Camelôs, coordenadora-geral do Movimento Unidos dos Camelôs, cobra da Prefeitura um cadastro para os profissionais que trabalham na rua durante o ano inteiro.
Ela defende que não seja necessário fazer um sorteio para que esses profissionais possam trabalhar na festa de momo.
A profissional, que vende caipirinha, espera conseguir trabalhar neste carnaval. Maria do Carmo conta que nesse período pode ficar mais de 12 horas na rua trabalhando. A vendedora compara a atividade dos camelôs a de um “garçom”, são os “garçons” do carnaval carioca, segundo ela, mas que não recebem o respeito e o rendimento justos.
Cristina trabalha há vinte anos como vendedora ambulante na zona sul. Foi com esse trabalho que ela conseguiu bancar os estudos da filha, que se forma neste ano em veterinária.
A Riotur, empresa de turismo do município que organiza o Carnaval Carioca, informou em nota que não efetua cadastro de trabalho permanente para vendedores ambulantes e que os critérios de escolha dos vendedores são específicos para o desempenho das atividades.
Ainda segundo a Riotur, o Carnaval de 2024 teve um número recorde de 15 mil credenciados para o período.
*Com informações de Bruno Moura, da Agência Brasil.