Amazônia tem mais de 80 mil pontos de garimpo, revela Ipam
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A Amazônia tem mais de 80 mil pontos de garimpo. Uma área de aproximadamente 241 mil hectares, equivalente a duas vezes a cidade de Belém, no Pará. Os números foram anunciados nesta sexta-feira (26) pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia, o Ipam.
Desse total, 25 mil hectares estão em áreas de 17 terras indígenas. As dos povos Kayapó, Munduruku e Yanomami são as mais invadidas. Juntas, as três concentram 90% da área ocupada por garimpos.
O levantamento observou a atividade mineradora na região no período entre 1985 e 2022. Ao longo desses 37 anos, a maior devastação ocorreu entre 2016 e 2022, exatamente nas terras indígenas onde o garimpo cresceu 361%.
A pesquisa do Ipam aponta que 78% da maior parte de área invadida por garimpeiros em terras dos povos originários da Amazônia surgiram nesse período. A nota técnica também revela que a velocidade com que o garimpo chega às terras indígenas é maior do que o avanço da atividade no restante da Amazônia. De 1985 a 2022, a área garimpada cresceu 16 vezes dentro dos territórios e 12 vezes em todo o bioma amazônico.
Para Martha Fellows, coordenadora do núcleo de estudos indígenas do Instituto, o impacto do garimpo tem um alcance muito maior do que a área diretamente afetada por essa atividade. Os poluentes contaminam rios, solos, fauna e flora que acabam afetando a saúde dos povos indígenas da região.
Responsável pela pesquisa, Martha explica qual a relação entre o aumento sem precedentes da área de garimpo em terras indígenas e na Amazônia brasileira e a flexibilização legal no último ciclo legislativo.
Tornar mais robusta a legislação minerária e indigenista é uma das recomendações do estudo. A pesquisadora também indicou quais medidas podem ser adotadas para combater o aumento na área de garimpo em terras indígenas da Amazônia.
Só na terra Yanomami, nos estados de Roraima e do Amazonas, o garimpo ampliou em mais de 20 mil vezes a área invadida em quase quatro décadas. No total, ao menos 139 territórios e seus rios estão contaminados pela atividade do garimpo.
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Foto: Projeto Mangues da Amazônia/Divulgação"