Vinte e seis pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público à Justiça de São Paulo pela suposta prática de lavagem de dinheiro de organizações criminosas por meio de empresas de ônibus. O esquema foi descoberto pelas autoridades, na semana passada, na operação Fim da Linha.
De acordo com o Ministério Público, a denúncia e as investigações ocorrem em sigilo e estão sob análise da justiça. Por isso, não podem ser divulgados mais detalhes.
O que se sabe até agora é que as investigações atingiram as empresas Upbus e a TransWolff, que transportam mais de 680 mil passageiros por dia na capital. Elas sofreram intervenção da Prefeitura de São Paulo, na semana passada; e, no momento, são geridas por pessoas indicadas pelo prefeito Ricardo Nunes.
Ainda de acordo com os investigadores, a Upbus teria recebido um aporte de R$ 20 milhões de origem ilícita para poder concorrer numa licitação promovida pela Prefeitura em 2015. Já a Transwolff teria recebido R$ 54 milhões de recursos.
O promotor Lincoln Gakyia, um dos responsáveis pelas investigações, afirmou que a organização criminosa ganhou contornos de máfia por estar participando da prestação de um serviço essencial. Além disso, o promotor considera que, dada a complexidade nos processos de ocultação de bens e patrimônios, a eventual participação de agentes públicos e políticos nos crimes ainda será investigada.
As empresas citadas no caso foram procuradas pela produção, mas até o fechamento da edição não comentaram o assunto.