Batata, couve e alface tiveram as maiores altas no Rio Grande do Sul
As chuvas afetaram a produção de hortaliças e frutas no Rio Grande do Sul. Além disso, os problemas nas estradas continuam dificultando a chegada dos produtos aos consumidores.
A avaliação é da Conab, a Companhia Nacional de Abastecimento, a partir de informações de entidades representativas do setor, entre elas, as Ceasas, Centrais de Abastecimento do Rio Grande do Sul.
Conforme a análise, as operações comerciais realizadas na capital Porto Alegre foram impactadas por problemas logísticos que dificultam a chegada dos alimentos até a população.
Em Caxias do Sul, por exemplo, as mercadorias até chegam, porém em volume menor, uma vez que muitos produtores foram atingidos.
Já com relação à produção de verduras e hortaliças, segundo a Emater, Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural, o cenário em diversas regiões do estado é de impacto negativo pelo longo período chuvoso, com alagamento e elevada umidade com baixa luminosidade.
Outro problema é a impossibilidade de realizar o manejo das áreas para a reconstrução de canteiros na maior parte do período. Verificam-se perdas de solo, de nutrientes e de matéria orgânica. Na Fronteira Oeste, os produtores de alface de Uruguaiana relatam perda de 50% da produção em função do longo período chuvoso.
O superintendente de Gestão da Oferta da Conab, Wellington Teixeira, avalia que os impactos das enchentes se refletem na redução das negociações entre produtores rurais e comerciantes, além da menor oferta de alimentos, o que resultou no aumento de preços de verduras e legumes.
“Mesmo com todos os esforços, o número de produtores e o volume de comercialização estão abaixo do comum. O abastecimento está mais comprometido em relação à folhosas, como alface, couve, couve-flor e rúcula. As maiores altas foram na batata, de 60%; couve, 49%; alface, com 38%; abobrinha 27% e tomate, 25%”.
As frutas cítricas também preocupam. De acordo com a Emater, em Santa Rosa, grande parte delas apresenta frutos pequenos, além de parasitas como ácaro, cochonilha e pulgão.
Apesar dos problemas de logística e produção encontrados, a maioria dos produtos registrou preços estáveis no comparativo com os preços anteriores às enchentes.
* Com produção de Salete Sobreira