Com o tema “Onze Caminhos, uma Experiência Única”, Salvador acaba de ganhar o projeto turístico Rolê Afro. A iniciativa do governo municipal engloba 11 roteiros e 30 pontos de visitação localizados em parte do sítio histórico da cidade. Cada roteiro dura em média 4 horas.
São experiências que reúnem cultura, história, gastronomia, religiosidade e, principalmente, como estas temáticas estão interligadas com a ancestralidade africana que ajudou na construção da identidade de Salvador. Além do lazer, a iniciativa do Rolê Afro busca jogar luz sobre a luta dos africanos escravizados no Brasil e como, desta luta, surgiram organizações civis, religiosas e culturais.
Moradores e turistas poderão se apropriar mais destas histórias indo direto na fonte em espaços como A Casa de Benin, a Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, a Casa da Capoeira, o Terreiro de Jesus, o Museu Nacional da Cultura Afro-brasileira, o Memorial das Baianas e o Museu da Gastronomia. Os 30 pontos de visitação estão todos com placas de sinalização.
Durante o lançamento do guia, o Secretário de Cultura e Turismo de Salvador, Pedro Tourinho, destacou que o mapeamento dos pontos turísticos levou anos e que a missão era tirá-los da invisibilidade turística e pesquisar a conexões entre eles.
"Porque imagina uma cidade de tantos anos que nunca viu essa dimensão cultural, como o roteiro econômico organizado, para receber turistas. Pelo contrário, roteiros que sempre foram invisibilizados".
O prefeito Bruno Reis falou da importância do projeto para que o baiano e o turista compreendam porque Salvador é a cidade com mais negros fora da África.
"Nós teremos condições de fazer verdadeira imersão de quem quiser conhecer suas origens, suas histórias, suas tradições, seus valores. Ter uma imersão na nossa principal singularidade, que é a cultura afro. Seja para atrair visitantes, que venham do Brasil, de qualquer lugar do mundo, para conhecer a sua história".
O projeto Rolê Afro integra o Plano de Desenvolvimento do Afroturismo, um projeto da gestão municipal liderado pelas secretarias municipais de Cultura e Turismo e da Reparação. Esta última foi criada em 2003 e busca justamente articular junto às instituições governamentais e não governamentais, as políticas públicas de promoção da equidade racial, a inclusão social dos afrodescendentes e a valorização da diversidade.