Após repercussão negativa, o governo do Distrito Federal informou que vai vetar pontos polêmicos do Plano de Preservação do Conjunto Urbanístico de Brasília.
Entre eles, segundo o governador Ibaneis Rocha, estão a construção de hotéis, pousadas e motéis nas quadras 700 e 900, perto de escolas e igrejas; criação de um camping, na Asa Sul; e de comércio e serviços, no Setor de Embaixadas.
O anúncio de Ibaneis Rocha foi feito uma semana após a aprovação do projeto pela Câmara Legislativa do Distrito Federal.
O texto autoriza ainda a construção de hotéis, na área central, com prédios passando de três para até 12 andares; além da venda de lotes para moradia na Orla do Lago Paranoá.
Essas mudanças, na avaliação de algumas organizações, podem “desfigurar” o projeto do urbanista Lúcio Costa e ameaçar o tombamento de Brasília.
O professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UnB, Universidade de Brasília, Benny Schvarsberg, é um desses críticos.
“Não me refiro mais a cheques em branco. É um verdadeiro talonário de cheques em branco com inúmeras proposições de desafetação, de áreas para parcelamento. Tem duas palavras que definem o caráter fundamental desse plano, que não é de preservação: permissividade e licenciosidade”.
O presidente do Iphan, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, Leandro Grass, afirmou que o órgão é desfavorável a itens do projeto.
“Fizemos as recomendações, parte foi acatada e alguns itens, como esse dos hotéis, o governo insistiu em encaminhar na minuta original. No processo legislativo, o Iphan não foi ouvido, não foi consultado e, desde já, eu adianto o nosso posicionamento contrário”.
Segundo o GDF, novos pontos do plano urbanístico poderão ser vetados.