A sindicalização continua a perder força entre os trabalhadores do Brasil. Em 2023, apenas 8,4% dos mais de 100 milhões de ocupados eram associados a algum sindicato. O menor patamar da série histórica, iniciada em 2012. A proporção representa menos de 9 milhões de pessoas. Na comparação com 2022, houve uma queda de 7,8%.
As informações foram divulgadas pelo IBGE, nesta sexta-feira (21), em um suplemento da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua.
Entre os grupos de trabalho, o que tinha o maior percentual de sindicalizados era a administração pública com 30% em 2023. Já a atividade de serviços domésticos foi a que registrou o menor número de sindicalizados no ano passado, apenas 1%.
A pesquisa também destaca que os trabalhadores brasileiros estão mais instruídos. A proporção de pessoas ocupadas que não tinham instrução ou tinham apenas o ensino fundamental incompleto caiu de 32% para 20% entre 2012 e 2023. E a porcentagem das pessoas que têm a própria residência como local de trabalho mais do que dobrou nesse período, saltando de 3,6% para mais de 8%.
O analista da pesquisa, Willian Araújo, destaca uma diferença de gênero significativa nesse quesito.
O IBGE também divulgou dados sobre os tipos de trabalho e identificou aumento significativo na proporção de pessoas que trabalhavam por conta própria, que passou de 23%, em 2021, para 33% do total de ocupados em 2023. E chama atenção a proporção de autônomos no Sul do país: 45%, a maior média do país.