Chiquinho Brazão e outras 14 pessoas devem depor no processo do Conselho de Ética que pode levar o deputado a perder seu mandato. Ele está preso acusado de ser o mandante do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, assim como o seu irmão, o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro, Domingos Brazão. A relatora do processo na Comissão de Ética da Câmara é a deputada Jack Rocha, do PT do Espírito Santo. Ela já apresentou seu plano de trabalho.
Entre as testemunhas listadas estão o prefeito do Rio de Janeiro Eduardo Paes, o deputado federal Tarcísio Motta, do Psol fluminense, delegados da Policia Federal a ex-procuradora-geral da República, Raquel Dodge, que estava no cargo em março de 2018, quando o crime aconteceu. As testemunhas podem escolher se vão comparecer ou não.
Além dos depoimentos, a Comissão pode solicitar documentos e novas provas para incluir nos autos. Após essa fase, a relatora terá dez dias úteis para recomendar o arquivamento do processo ou a aplicação das penalidades. Então os membros do Conselho de Ética votam para aprovar ou rejeitar o parecer, mas a decisão final caberá ao plenário. A penalidade mais grave é a cassação do mandato.
Já na esfera criminal, a denúncia sobre o crime deverá ser analisada na próxima semana pelo Supremo Tribunal Federal. Na sessão, os ministros vão decidir se Domingos e Chiquinho se tornarão réus por homicídio e organização criminosa. Eles estão presos desde março.
De acordo com a procuradoria, os irmãos mandaram matar Marielle Franco para proteger interesses econômicos de milícias e desencorajar atos de oposição política. A base da acusação é a delação premiada do ex-policial Ronnie Lessa, réu confesso pela execução dos homicídios. O ex-chefe da Polícia do Rio, Rivaldo Barbosa, também pode se tornar réu por ter orientado a execução do crime e atrapalhado as investigações para proteger os reais culpados. Tanto os irmãos Brazão, quanto Barbosa, negam participação no crime.