Concurso de Macaé tem questões machistas anuladas após revolta popular
O concurso público realizado no último domingo pela Prefeitura de Macaé, no norte do Rio de Janeiro, surpreendeu por incluir na prova de conhecimentos gerais duas questões consideradas machistas e misóginas. E que acabaram sendo anuladas nesta terça-feira (15).
Depois da enxurrada de críticas nas redes sociais, o município divulgou nota de repúdio exigindo medidas corretivas imediatas por parte da Fundação Getulio Vargas (FGV), responsável pela elaboração das perguntas.
Por sua vez, a FGV justificou a anulação das duas questões, dizendo que não seguiam os princípios da fundação, e anunciou que todos os candidatos vão ganhar os pontos correspondentes a ao conteúdo, que estava na avaliação de Língua Portuguesa aplicada para cargos de professor.
A questão considerada machista pedia para o candidato apontar em um texto a frase que não apresentava crítica "ao fato de a mulher falar demais”. As cinco opções eram grosseiras e ofensivas, incluindo uma que dizia: “'A língua da mulher não cala nem depois de cortada''”.
Já na pergunta de teor misógino, os candidatos se depararam com comparações de teor desqualificatório para mulheres e vexatório para crianças. Entre os exemplos: ''A mulher é como um defeito de natureza'' e “Ter crianças em casa é como ter um jogo de boliche instalado no cérebro.
Nas redes sociais, internautas manifestaram revolta e perplexidade, inclusive classificando os termos usados como “absurdos”.
Mais de 43 mil pessoas fizeram o concurso, que oferece 824 vagas de níveis médio e superior em diversas áreas, inclusive educação.