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RJ: Justiça torna réus seis pessoas no caso dos transplantes com HIV

Dois sócios e 4 funcionários do laboratório PSC Saleme são acusados
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Priscila Thereso - repórter da Rádio Nacional
23/10/2024 - 10:52
Rio de Janeiro
Nova Iguaçu (RJ) 12/10/2024 - A sede do PCS Lab Saleme, laboratório de análises clínicas interditado pela Anvisa para investigação da infecção de pacientes transplantados pelo vírus HIV, a partir de exames falso-negativos de doadores. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
© Fernando Frazão/Agência Brasil

A Justiça do Rio de Janeiro tornou réus os dois sócios e quatro funcionários do laboratório PCS Saleme, acusados de envolvimento no caso dos transplantes de órgãos infectados por HIV. 

E também decretou a prisão de Matheus Sales Teixeira Bandoli Vieira, sócio do laboratório, que se apresentou à polícia nesta manhã, acompanhado do advogado. 

Segundo a defesa dele, a decisão da prisão, proferida pela segunda Vara Criminal de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, é "ilegal e constitui clara antecipação de pena". O advogado informou que vai entrar com pedido de habeas corpus. 

Em relação a Walter Vieira, Adriana Vargas dos Anjos, Ivanilson Fernandes dos Santos, Cleber de Oliveira Santos e Jacqueline Iris Barcellar de Assis, que já estavam detidos, tiveram a prisão preventiva decretada. 

Os denunciados vão responder pelos crimes de lesão corporal gravíssima por enfermidade incurável, associação criminosa e falsidade ideológica. 

No caso de Jacqueline Barcellar, ela ainda responde por falsificação de documento particular.  

O Ministério Público afirma, na denúncia, que os acusados tinham ciência de que o controle de qualidade dos reagentes usados nos exames para liberação de órgãos destinados aos transplantes deveria ser feito diariamente. No entanto, desde o início do ano esse controle passou a ser semanal, para redução de custos do laboratório, e isso poderia implicar em resultados errados.  

A denúncia ainda aponta que o relatório de inspeção da Vigilância Sanitária constatou 39 não conformidades, entre elas a presença de sujeira, de insetos mortos e formigas em todas as bancadas do laboratório.  

O caso veio à tona quando a Secretaria estadual de Saúde confirmou que seis pacientes transplantados foram infectados com vírus da Aids, após receberem órgãos de dois doadores que tinham HIV.

O laboratório responsável pelos testes, o PCS Saleme, tinha liberado resultados de testes falsos.

 

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