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Brasil segue sendo o país que mais mata trans e travestis

Rede Trans Brasil registrou 105 mortes no país no ano passado
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Priscila Thereso - repórter da Rádio Nacional
29/01/2025 - 11:40
Rio de Janeiro
Rio de Janeiro - Manifesto realizado na praia de Copacabana lembra as vítimas da transfobia no Brasil.  (Tomaz Silva/Agência Brasil)
© Tomaz Silva/Agência Brasil

A Rede Trans Brasil registrou 105 mortes de pessoas trans e travestis no país no ano passado. Apesar de serem 14 casos a menos que em 2023, o Brasil segue, pelo 17º ano consecutivo, como o que mais mata pessoas trans no mundo.  

Essas informações estão no "Dossiê: Registro Nacional de Mortes de Pessoas Trans no Brasil em 2024: da Expectativa de Morte a um Olhar para a Presença Viva de Estudantes Trans na Educação Básica Brasileira",  lançado nesta quarta-feira (29), Dia Nacional da Visibilidade Trans.  

O levantamento, que usa como base os casos divulgados por meios de comunicação, mostra que 93% das vítimas eram mulheres trans e travestis, e que a maior parte das mortes aconteceu na região Nordeste, detalha Nathália Vasconcellos, secretária da região Centro-Oeste da Rede Trans Brasil. 

"Isso deve-se muito à cultura, principalmente do Nordeste. A gente percebe que isso é muito cultural, porque lá tem uma cultura muito do machismo e da virilidade. E as grandes vítimas são, em sua maioria, mulheres trans e travestis. E isso se dá também pelo machismo, pela falta de respeito à identidade e também pela cultura nordestina, que é um pouco mais, digamos assim, mais ferrenha em relação à masculinidade e à reprodutividade das pessoas".

O dossiê mostra, ainda, que a maior parte dos casos, 66%, ainda estava sendo investigada e que, em 34% deles, o suspeito foi preso.  

Dentre os casos registros, os agressores eram companheiros e ex-companheiros, em 14 casos; clientes, em nove; e outros nove foram de execução com possível ligação com organizações criminosas.  

O levantamento dá visibilidade aos assassinatos e violências cometidas contra pessoas trans no Brasil com o objetivo de ajudar a desenvolver políticas públicas, afirma Nathália Vasconcellos . 

A Rede Trans Brasil integra uma pesquisa internacional que monitora os assassinatos de pessoas trans em nível global. Esse levantamento registrou até setembro de 2024, o maior número de assassinatos, 350 pessoas trans em todo mundo. 

*Com informações da Agência Brasil

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