Força Nacional é enviada a Rondônia para conter onda de ataques
Um efetivo da Força Nacional vai reforçar a segurança em Rondônia, onde vários ataques criminosos têm sido registrados desde segunda-feira (13/1). E não é só na capital, Porto Velho. Cidades vizinhas também enfrentam o problema. Na noite desta terça-feira (14/1) e madrugada desta quarta (15/1), vários ônibus foram alvo dos criminosos na capital rondoniense e em Jaci Paraná, um distrito de Porto Velho, segundo a Polícia Militar. Um registro de ataque também ocorreu em Capão da Canoa. Os alvos têm sido o transporte coletivo e escolar, além de viaturas da PM e outros veículos.
Segundo o presidente do Sindicato dos Transportes Urbanos, Francinei Oliveira, somente no transporte escolar foram 17 ônibus incendiados. Ele faz um balanço das ocorrências.
“Pelo levantamento que a gente fez aqui, no transporte coletivo foram, se não me engano, três carros. No escolar foram uma média de 17 carros, isso colocando várias partes do estado. E uma garagem do rodoviário, que foram uma média de seis ônibus do rodoviário.”
Segundo Francinei, um motorista ficou ferido com queimaduras em um dos ataques. Vinte pessoas foram presas, suspeitas de envolvimento. Desde o início das operações, duas mortes foram registradas.
A autorização para envio da Força Nacional e também permanência no estado por 90 dias foi dada pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski.
Os ataques já prejudicam até o funcionamento do transporte coletivo, já que 100% da frota de veículos não rodou na cidade nessa terça-feira e, segundo o Sindicato dos Transportes Urbanos da categoria, hoje também toda a frota permanece parada. A ideia é que até o fim da tarde circulem 50% dos ônibus.
Francinei Oliveira diz que falta segurança para os motoristas que estão sendo ameaçados.
“Infelizmente, ainda não dá. Os trabalhadores estão muito abalados, estão com medo, porque existem áudios ameaçando jogarem coquetel molotov nos ônibus e passageiros dentro.”
De acordo com as autoridades locais, os ataques e as ameaças a trabalhadores são uma reação à Operação Aliança pela Vida Moradia Segura, em condomínios dominados por organizações criminosas. A primeira fase, realizada no final de 2024, retomou cerca de 70 apartamentos invadidos por bandidos. Os moradores tinham sido expulsos. Drogas e armas também foram apreendidas.
O assassinato de um cabo da corporação por criminosos no último domingo (12/1) levou à deflagração da segunda fase da operação em outro conjunto habitacional. Segundo nota da PM, foram mobilizados mais de 200 policiais em uma resposta enérgica à morte do policial.