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Ajudante Digital #10: Inteligência artificial pensa?

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Leyberson Pedrosa - Repórter da Radioagência Nacional
17/12/2024 - 10:15
Brasília (DF)
Brasília (DF) 21/11/2024 - artes do Ajudante Digital
Arte EBC
© Arte EBC

No último episódio da primeira temporada do Ajudante Digital, o foco é a ascensão da Inteligência Artificial (IA) e os impactos dessa tecnologia no nosso cotidiano.

O programa explica a origem do conceito, destacando que o termo inteligência artificial foi cunhado em 1956 pelo cientista da computação John McCarthy. Apesar do nome, a IA não pensa nem sente: ela apenas simula decisões com base em dados e padrões.

Para fechar a temporada, Leyberson Pedrosa e suas vozes robóticas apresentam os principais tipos de IA e seus usos práticos. Elas são as seguintes:

- IA baseada em regras: atua com respostas pré-programadas, como nos atendimentos automáticos de WhatsApp comercial.

- IA baseada em redes neurais: aprende com milhares de exemplos e ajusta suas conexões para reconhecer padrões complexos.

- IA generativa: gera novos conteúdos, como textos, imagens e vídeos, criando algo inédito a partir de informações existentes.

Inteligência artificial x criatividade humana

O 10º episódio também destaca que a IA, por mais avançada que seja, não substitui a imaginação humana e relembra que verdadeiro desafio está no uso criativo e responsável dessa tecnologia.

Afinal, a inteligência está nas mãos de quem usa a IA, e não na própria máquina.

Quer sugerir temas ou tirar dúvidas para a próxima temporada? Entre em contato pelo WhatsApp 11 97469-0138 ou deixe seu comentário no canal do Ajudante Digital no Spotify.

Até 2025! Como diria o Exterminador do Futuro: “Hasta la vista, baby!”

Teste de Turing (Alan Turing) - Verbete no Stanford Encyclopedia of Philosophy (Em inglês) 
Artigo original de Alan Turing: Computing Machinery and Intelligence (PDF - em inglês)

O que é Inteligência Artificial? Conheça a origem do conceito e suas aplicações hoje

John McCarthy e o termo "Inteligência Artificial"

Cibernética (Norbert Wiener)

AJUDANTE DIGITAL #10: INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL PENSA?

Coluna com dicas tecnológicas para o dia a dia de quem acompanha a Rádio Nacional. Toda segunda-feira na Tarde Nacional SP, Radioagência Nacional e Canal AD no Spotify.

NO AR EM 09/12/2024

[Pergunta 1 - Voz IA humanizada]: Ajudante Digital, toda hora ouço alguém falando: inteligência artificial isso... inteligência artificial aquilo. Como vai ser o futuro desse jeito?

[Pergunta 2 - Voz IA humanizada]: Ajudante Digital, eu digito inteligência artificial no Google, ele sugere a palavra generativa. O que isso quer dizer?

[Vinheta Ajudante Digital] 🎶
[Música ao fundo: TV129_33_Information_Main] 🎶

[Leyberson]: Olá, pessoas humanas que, assim como eu, se sentem perdidas com tanta solução milagrosa de inteligência artificial que tem aparecido por aí.

[Voz IA robotizada masculina]: E olá, pessoas robôs que, assim como eu, estão se sentindo ultrapassados por essas IAs.

[Leyberson]: Quem diria, o Ajudante Digital chega ao décimo…

[Voz dizendo “Uhu!”] 🎶

...e último episódio de 2024.

[Voz dizendo “Aaaaa”] 🎶

[Som instrumental triste ao fundo] 🎶

[Voz IA robotizada feminina]: Eu sei que a gente volta em 2025 com muito mais, mas já tô com saudades!

[Leyberson]: Hoje, nossa missão de fim de temporada é fazer algumas reflexões sobre IAs.

[Som de “grunhidos robóticos”] 🎶

[Leyberson]: Bora conversar um pouco sobre essa panaceia que se criou em torno da inteligência artificial.

[Voz robótica que diz “Artificial Intelligence”] 🎶

[Voz IA robotizada masculina]: No dicionário, panaceia significa medicamento cujas propriedades podem curar todos os males.

[Som de “grunhidos robóticos”] 🎶

[Leyberson]: E eu vou ser bem honesto com vocês. Inteligência artificial está longe de ser um remédio universal para todos os males. Até porque máquinas não sentem e nem pensam.

[Voz IA robotizada feminina]: Oi?

[Voz IA robotizada masculina]: Poxa, magoou!

[Leyberson]: A gente diz que pensa ou sente por licença poética. Da mesma forma, a gente chama a IA de inteligente por uma questão de associação histórica.

[Som de “grunhidos robóticos”] 🎶

Entrei no ChatGPT e perguntei de prontidão: “Quem te chamou de inteligente?”

[Som de “grunhidos robóticos”] 🎶

[Leyberson]: Ô, robô, lê aí a resposta gerada:

[Voz IA robotizada masculina]: “O termo inteligência artificial foi cunhado em 1956 pelo cientista da computação John McCarthy, considerado um dos fundadores da área."

[Leyberson]: E o ChatGPT ainda me deu um textão sobre o motivo.

[Som de “grunhidos robóticos”] 🎶

[Voz IA robotizada masculina]: O termo "inteligência" foi escolhido porque o objetivo inicial da IA era construir máquinas capazes de simular a capacidade humana de pensar, resolver problemas e aprender.

[Leyberson]: Na realidade, o ChatGPT não pensou nessas respostas por conta própria. Ele processou e gerou essa resposta a partir de diferentes artigos, livros e outros materiais que alimentam seu banco de dados.
[Som de “grunhidos robóticos”] 🎶

Então, se eu tirasse esse banco de dados, o ChatGPT poderia me apresentar uma resposta totalmente aleatória?

[Criança gritando “Sim” – Jogo do Sim ou Não] 🎶

[Leyberson]: Mas como o campo científico sobre o assunto está muito bem documentado, o ChatGPT foi capaz de me trazer uma resposta convincente e ainda listar o contexto histórico do termo “inteligência artificial”, citando o nome dos precursores desses avanços tecnológicos.

[Som de fita rebobinando] 🎶

[Pergunta 1 - Voz IA humanizada]: …Inteligência artificial isso, inteligência artificial aquilo. Como vai ser o futuro desse jeito?

[Som de fita rebobinando] 🎶

[Leyberson]: Respondendo à primeira pergunta deste episódio: como vai ser o futuro desse jeito? Será que vão dominar o mundo, tornar os seres humanos reféns?

[Voz robótica que diz “Ready!”] 🎶

[Leyberson]: Oh, e agora...

[Trecho do seriado Chapolin Colorado] 🎶 “Quem poderá nos defender? Eu... o Chapolin Colorado. Não contavam com minhas astúcias. Sigam-me os bons…”

[Leyberson]: A IA não tem bola de cristal para prever o futuro, muito menos eu. Só que a gente é capaz de desmistificar a ideia de “uma inteligência artificial que pensa” apenas olhando para o passado.

[Som retrô robótico] 🎶

[Música vintage tocando ao fundo] 🎶

[Leyberson]: Em 1940, o matemático Norbert Wiener fundou a Cibernética: um campo de estudo comparativo dos sistemas e mecanismos de controle automático, regulação e comunicação nos seres vivos e nas máquinas.

[Som de máquinas de costurar] 🎶

[Leyberson]: Em 1948, ele publicou o livro Cybernetics, que se tornou referência para muita IA por aí.

[Trecho do filme Robocop] 🎶 “Largue a arma, vivo ou morto, você vem comigo.”

[Leyberson]: A cibernética não trouxe nenhum Robocop da vida real, mas existem inúmeros resultados legais desse campo de saber. Por exemplo, os recursos automatizados de moderação de mensagens relacionadas a discursos de ódio, fake news, violência e conteúdo impróprio nas redes sociais. Tem também os assistentes virtuais, como a Alexa e a Siri. Agora, tem também alguns usos duvidosos, como a síntese de vozes artificiais usadas em vídeos curtos que bombam nas plataformas.

[Voz IA robotizada masculina]: “Olha só o que esse cara fez. Você não vai acreditar no final. Ele transformou um policial morto em uma máquina mortífera. Imagina, tudo isso usando apenas latinhas de refrigerante.”

[Voz IA robotizada feminina]: Robozinho, depois dessa imitação, até que sua voz não é tão feia quanto aquelas que aparecem no TikTok.

[Som retrô robótico] 🎶

[Leyberson]: Em 1943, o neurocientista e psiquiatra Warren McCulloch e o matemático autodidata Walter Pitts propuseram um modelo de redes neurais artificiais capazes de fazer cálculos lógicos. Para isso, eles se espelharam nos neurônios do nosso cérebro. E, se nosso cérebro pode ser interpretado como um computador biológico, por que não aplicar esse modelo a robôs, não é mesmo?

[Criança conversando – Jogo do Sim ou Não] 🎶

“Então acende a lâmpada pra ele. Sim ou não, eu ia falar. Muito bem.”

[Som retrô robótico] 🎶

[Leyberson]: Pensar VERSUS Calcular

[Música vintage tocando ao fundo] 🎶

[Leyberson]: Nesse apanhado histórico, a gente não pode deixar de lado Alan Turing, conhecido como o pai da computação moderna. Em 1950, ele trouxe a seguinte pergunta: “As máquinas podem pensar?”

[Som robótico processando algo] 🎶

[Leyberson]: E propôs um experimento hipotético, o Teste de Turing, para avaliar se uma máquina pode exibir comportamento inteligente indistinguível do de um ser humano.

[Voz IA robotizada masculina]: Podem? Ou não podem? Deixa eu pensar.

[Trecho de vídeo memético “Bolinha, Bolinha, Bolinha… Deixa eu pensar!”] 🎶

[Voz IA robotizada feminina]: Robô, você ainda não entendeu? É claro que a gente não pensa. O Teste de Turing é mais para avaliar se a gente, enquanto máquina, consegue simular inteligência capaz de convencer um observador humano.

[Voz IA robotizada masculina]: Ah, entendi. Quer dizer, vou simular entendimento!

[Criança conversando – Jogo do Sim ou Não] 🎶

[Som de engrenagens] 🎶

[Leyberson]: Bom, agora que a gente perdeu o medo do bicho-papão da IA, bora dar nome aos tipos de IA de acordo com sua abordagem tecnológica?

[Criança respondendo “Sim” – Jogo do Sim ou Não] 🎶

[Leyberson]: Mas com exemplos práticos do nosso cotidiano?

[Criança confusa respondendo “Sim” – Jogo do Sim ou Não] 🎶

[Leyberson]: Então, vamos!

[Som de ferramentas se batendo] 🎶

[Leyberson]: IA baseada em regras.

[Som robótico] 🎶

[Leyberson]: Sabe quando você segue um conjunto de instruções para fazer algo, como uma receita de bolo?

[Som robótico] 🎶

[Leyberson]: A IA baseada em regras funciona de maneira bem parecida. Em vez de aprender sozinha com dados, ela segue um conjunto claro de regras definidas por programadores para tomar decisões. Isso acontece naquelas mensagens prontas de um WhatsApp comercial. Se você perguntar algo como “Qual é o horário de funcionamento?”, a IA baseada em regras vai ter uma regra específica para reconhecer essa pergunta e te dar a resposta: "Nosso horário de funcionamento é das 9h às 18h." Ela não precisa aprender com exemplos, pois foi programada para responder isso.

Já em sistemas complexos de regras, as respostas acontecem conforme condições ou variáveis do momento. Se um sensor identifica chuva ou pouca velocidade dos carros em uma via, a IA pode mudar o tempo de abertura e fechamento de um sinal de trânsito para facilitar o fluxo. E por aí vai.

[Som de ferramentas se batendo] 🎶

[Leyberson]: IA baseada em redes neurais.

[Som robótico] 🎶

[Leyberson]: É bem mais fácil falar numa linguagem que a gente entende, né?

[Som robótico] 🎶

Por isso gosto de conversar com os robôs, mesmo sabendo que, no fundo, sou eu que escrevo as falas deles.

[Voz IA robotizada masculina]: Ei?

[Voz IA robotizada feminina]: Poxa, magoou. Tô sentida.

[Som robótico] 🎶

[Leyberson]: A IA baseada em redes neurais tenta imitar o funcionamento do nosso cérebro. Ela se organiza como uma rede de "neurônios" artificiais que se comunicam entre si.

Imagine que você está treinando uma IA para reconhecer fotos de ônibus. No começo, ela pode não saber o que é um ônibus, mas, à medida que processa centenas, milhares de imagens de ônibus e outros veículos, ela começa a ajustar suas conexões internas (as tais redes de neurônios). Cada vez que erra, ela ajusta essas conexões para tentar novamente e melhorar sua resposta na próxima vez.

Essas redes são extremamente poderosas porque, ao aprender com muitos exemplos, elas podem reconhecer padrões complexos que, para uma IA baseada em regras, seriam quase impossíveis de programar. Quanto mais dados você fornece, mais "inteligente" e precisa ela se torna!
[Som de ferramentas se batendo] 🎶

[Leyberson]: IA baseada em aprendizado de máquina (machine learning).

[Som robótico] 🎶

[Leyberson]: Aqui o aprendizado de máquina funciona como se fosse um jogo de tentativa e erro. A IA testa as possibilidades a partir de muitos dados, ajustando suas habilidades a cada tentativa.

Por exemplo, quando você pede para o Google Tradutor traduzir algo, o sistema não está apenas aplicando regras predefinidas. Ele está constantemente aprendendo, melhorando sua capacidade de traduzir ao analisar como as traduções anteriores foram feitas e comparando com outras fontes.

[Som de ferramentas se batendo] 🎶

[Leyberson]: IA Generativa.

[Som robótico] 🎶

[Leyberson]: Esse tipo é o mais famoso do momento após a popularização do ChatGPT. Ficou bem mais fácil fazer resumos, criar frases feitas, programar ou até conversar com um equipamento que simula pensamentos.

[Voz robótica que diz “I understand!”] 🎶

[Leyberson]: Mas o seu uso vai além, pois ele pode criar, ou melhor, gerar novos conteúdos.

Por exemplo, quando você pede para o ChatGPT escrever um texto, ele não está apenas pegando palavras de um banco de dados e montando frases. Em vez disso, ele gera uma nova combinação de palavras com base no aprendizado que teve de textos anteriores, criando algo inédito. Da mesma forma, quando pedimos para criar alguma imagem, vídeo, áudio etc.

[Voz robótica que diz “Goodbye, my human friend!”] 🎶

[Leyberson]: Mas, no fundo, não se esqueçam: IA generativa é um grande auto-completar super, mas super moderno e avançado, que usa outros campos da computação e um banco de dados gigantesco para se passar como inteligente.
[Som retrô robótico] 🎶

[Som de engrenagens] 🎶

[Música ao fundo - trilha secundária da identidade sonora do AD] 🎶

[Leyberson]: Hora de fechar esse ciclo dizendo que nenhuma IA consegue substituir a imaginação humana. Eu me preocuparia muito mais com o que a imaginação humana é capaz de criar usando inteligências artificiais cada vez mais robustas e complexas.

[Trecho do filme O Exterminador 2] 🎶 “Hasta la vista, baby!”

[Leyberson]: O Ajudante Digital volta em 2025. Até lá, acesse nosso canal no Spotify. Tem episódios sobre celular, 5G, segurança digital.

[Voz IA robotizada masculina]: Tem também dicas de como melhorar a recepção da sua TV digital ou de como dar uma sobrevida à sua smart TV.

[Voz IA robotizada feminina]: De como fugir de golpes via SMS, entender o que é áudio espacial e som imersivo, além de dicas tecnológicas para observação astronômica.

[Voz IA robotizada masculina]: E aproveite esse recesso para mandar perguntas sobre tecnologia para o nosso WhatsApp, que é qual, Leyberson?

[Leyberson]: Eita, o jogo virou. É 11 97469 0138.

[Voz IA robotizada feminina]: Beijos robóticos.

[Voz IA robotizada masculina]: Uai, não tô entendendo mais nada. A gente não pensa, mas pode mandar beijos?

[Voz IA robotizada feminina]: É licença poética robótica.

[Leyberson]: Então é isso, até ano que vem. Tchau!

[Trecho do filme O Exterminador 2] 🎶 “I’ll be back.”

[Voz IA robotizada feminina]: Este episódio usou, para fins meméticos, entre outros elementos, trechos dos filmes Exterminador 1 e 2, do seriado Chapolin Colorado e do Jogo Sim ou Não com Celso Portiolli. Hasta la vista, baby!

[Voz IA robotizada feminina]: “I’ll be back. Nós voltaremos.”

[Vinheta de encerramento] 🎶

Ajudante Digital é uma coluna semanal com dicas tecnológicas para o dia a dia de quem está conectado com a Tarde Nacional SP. O conteúdo completo como transcrição do episódio e links para fontes usadas, além de dicas extras ficam disponíveis no site da Radioagência Nacional. Dúvidas e sugestões para a coluna podem ser enviadas em texto ou áudio para o número (11) 97469-0138.
 

Criação, roteiro e locução Leyberson Pedrosa
Identidade sonora José Maria Pardal
Montagem e desenho de som Leyberson Pedrosa
Design gráfico Silvino Carneiro
Revisão de roteiro Izabella Silveira
Edição web: Edgard Matsuki
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