Foi o dia em que a França se uniu e em que o mundo se uniu à França. Cerca de 3,7 milhões de franceses, de diferentes idades, credos e ideologias, saíram às ruas no domingo (11), em solidariedade às 17 pessoas que morreram na última semana, vítimas de atentados terroristas em Paris. Na capital, onde participaram 1,5 milhão de pessoas, a marcha começou por volta das 14h30 (11h30, no horário de Brasília), na Praça da República, e terminou no fim da tarde, na Praça da Nação. Nem a noite e o frio desmobilizaram os manifestantes, que continuaram concentrados até o início da madrugada.
Cerca de 50 líderes de vários países caminharam de braços dados com o presidente francês Francois Hollande, liderando a marcha. Entre eles, estavam os primeiros-ministros das principais nações europeias, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, e os principais líderes da União Europeia. A força simbólica do ato levou muitos manifestantes às lágrimas.
Em vários momentos da marcha, a multidão cantou junta o hino da França, aplaudindo vigorosamente ao final. Muitos seguravam cartazes e faixas com frases de solidariedade às vítimas, de protesto contra o terrorismo e de apoio aos valores da República: liberdade, igualdade e fraternidade. Alguns levaram lápis e canetas em homenagem aos jornalistas e cartunistas que morreram no ataque à revista satírica Charlie Hebdo, na última quarta-feira (7).
Além da França, manifestações ocorreram simultaneamente em várias cidades da Europa, entre elas Londres, no Reino Unido; Madri, na Espanha; Lisboa, em Portugal; Viena, na Áustria e Bruxelas, na Bélgica. Em Londres, locais turísticos, como as fontes de Trafalgar Square e a Tower Bridge foram iluminados com as cores da bandeira francesa.
O procurador-geral norte-americano, Eric Holder, quer participou da marcha em Paris, anunciou que os Estados Unidos pretende promover, no dia 18 de fevereiro, uma conferência internacional em Washington para debater medidas contra o terrorismo. O objetivo é compor uma grande aliança, com a participação das principais nações mundiais, capaz de colocar um fim à ameaça terrorista que tem assolado nações em diferentes continentes do mundo.
