Instalação de fábrica de celulose gera protestos na fronteira do Uruguai com Argentina
Os uruguaios receberam, há poucos dias, a notícia de que a empresa finlandesa UPM fará um investimento bilionário no país. O novo projeto é a construção da segunda fábrica de celulose de eucalipto, que receberá investimento de US$2,7 bilhões. Mas, a decisão gerou protestos tanto no Uruguai quanto na Argentina.
A empresa investirá, ainda, US$350 milhões no Porto de Montevidéu em instalações às margens do Rio Negro.
E é justamente sobre os rios que estão voltados os olhos daqueles que não querem a construção da fábrica. O problema é que a primeira fábrica de papel está situada na cidade uruguaia de Fray Bentos, fronteira com a Argentina. E o Rio Uruguai, que corta os dois países, recebe resíduos da papelera, como é chamada por aqui.
No fim de semana passado, houve protestos na Argentina. Um grupo de manifestantes parou os carros na estrada que une os dois países e distribuiu panfletos contra a instalação da fábrica no país vizinho e uma possível acumulação de resíduos nos rios Negro e Uruguai.
A instalação da primeira fábrica levou a confrontos entre Argentina e Uruguai que duraram anos.
A empresa prometeu aumentar em mais de 50% sua capacidade atual de produção de celulose e afirmou que as operações devem começar em meados de 2022. A nova fábrica terá capacidade de produzir mais de 2 milhões de toneladas de celulose por ano. A primeira, localizada em Fray Bentos, produz pouco mais de 1 milhão de toneladas.
A empresa afirma ainda que a nova planta aumentará o Produto Bruto Interno do Uruguai em aproximadamente 2% e o valor anual das exportações em cerca de 12%. Durante as obras, até 6 mil empregos deverão ser criados. Após finalizada a construção, a estimativa é de contratação de 10 mil funcionários.