A autoproclamada presidente da Bolívia, Jeanine Áñez, afirmou que, muito em breve, anunciará a convocação de novas eleições e a recuperação da credibilidade democrática.
A Bolívia enfrenta quase um mês de manifestações nas ruas, um total de 23 mortos em conflitos e a preocupação com o desabastecimento das cidades. O bloqueio das estradas está levando à escassez de alimentos e combustíveis.
Sem definir uma data, a presidente disse que seu governo sabe da urgência de se realizar novas eleições. Os presidentes da Câmara e do Senado convocaram uma sessão para esta terça-feira, no intuito de dar início ao processo. Mas existe a possibilidade de convocação de eleições por decreto, caso as negociações no Legislativo não avancem.
A convocação de eleições por decreto já aconteceu uma vez na Bolívia e serve como jurisprudência para o atual governo.
Apesar de o governo e a oposição afirmarem que querem paz e diálogo, ainda não se sabe como o Congresso se posicionará nos próximos dias. O partido Movimento ao Socialismo, de Evo Morales, tem maioria tanto no Senado como na Câmara e pode barrar votações importantes, como a convocação de novas eleições, por exemplo.
As eleições gerais do dia 20 de outubro deste ano foram anuladas devido a irregularidades detectadas em uma auditoria da Organização dos Estados Americanos (OEA). No último dia 10, pressionado pelas Forças Armadas, Evo Morales renunciou e se exilou no México.