Ernesto Talvi, chanceler do novo governo do Uruguai, anunciou que o país deixará a Unasul, a União de Nações Sulamericanas, e vai regressar ao Tratado Interamericano de Assistência Recíproca (Tiar). Os anúncios mostram mudança no rumo das relações exteriores do país.
De acordo com o governo, a saída do Uruguai da Unasul se deve ao não funcionamento do organismo. Além de estar sem um secretário-geral desde 2017, não possui uma sede e foi abandonado pela maioria dos países. Atualmente, permanecem no órgão apenas Guiana, Suriname e Venezuela.
Em abril do ano passado, os governos do Brasil, da Argentina, do Chile, da Colômbia, do Paraguai e do Peru decidiram de forma conjunta se retirar da Unasul em função da prolongada crise no organismo.
Com o anúncio de regresso do Uruguai ao Tratado Interamericano de Assistência Recíproca, o processo de saída foi interrompido para que o país volte a fazer parte do organismo.
O Ministério das Relações Exteriores do Uruguai afirmou que as mudanças de eixo do novo governo têm como objetivos o compromisso com o multilateralismo, o fortalecimento da OEA e a formação de alianças baseadas em uma institucionalidade forte e "não em afinidades ideológicas".
Talvi anunciou ainda que a sua primeira missão oficial como chanceler será a Assembleia Geral da OEA, a Organização dos Estados Americanos, no dia 20 de março, em Washington, nos Estados Unidos.
O chanceler disse também que o Uruguai está avaliando convites para fazer parte do Grupo Lima e do Prosul.
O Grupo de Lima é composto atualmente, além do Brasil, por Argentina, Bolívia, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Guiana, Honduras, México, Panamá, Paraguai, Peru, Santa Lúcia e Venezuela. E é o principal fórum regional de discussão sobre a crise venezuelana e de articulação de posições comuns dos países-membros em fóruns internacionais.
Já o Prosul é composto por Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Guiana e Peru. O grupo trata de temas de integração em infraestrutura, energia, saúde, defesa, segurança e combate ao crime, e prevenção e manejo de desastres naturais.