Rússia e Ucrânia se reúnem para negociação em Belarus
Delegações da Rússia e da Ucrânia se reuniram nesta segunda-feira em Gomel, na fronteira com Belarus. A reunião começou por volta das 10h30, no horário de Brasília. O presidente da Ucrânia, Volodimyr Zelensky, não participou, mas antes da reunião exigiu um cessar-fogo imediato e a retirada das tropas russas da região, e pediu que o país dele seja aceito na União Europeia.
Ao meio-dia, também pelo horário brasileiro, começou a reunião de emergência da Assembleia Nacional das Nações Unidas, para discutir a crise entre os dois países.
Na abertura, o presidente da assembleia geral da ONU, Abdulla Shahid, afirmou que as consequências humanas serão devastadoras se a guerra continuar. E apontou que a invasão do país pelas forças armadas da Rússia não condiz com os princípios das Nações Unidas. Ele alertou para o número de refugiados que já está em 500 mil pessoas e vem crescendo.
Já o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, lamentou que a Ucrânia segue sendo bombardeada e ressaltou que a morte de civis e inocentes é inaceitável. Ele disse ainda que a menção do líder russo Vladimir Putin sobre a prontidão de armas nucleares é inimaginável.
As duas reuniões ocorrem em meio a protestos em sanções no mundo todo. Na Rússia, 6 mil pessoas foram presas. Os Estados Unidos acompanham a situação e podem divulgar sanções ainda mais rígidas que as dos últimos dias e que envolvem fechamento de espaço aéreo para todos os aviões russos, inclusive jatos privados, e banir a mídia oficial do Kremlin. O temor é também quanto a uma ameaça nuclear.
A Rússia anunciou agora cedo o fechamento do espaço aéreo para 36 países e o Banco Central local anunciou o aumento nos juros de 9% para 20% ao ano. E o conflito já reflete em outros setores. O preço internacional do petróleo subiu cerca de 5% e bolsas de valores em diversos países estão em queda.
Com relação aos brasileiros que estão na Ucrânia, o Itamaraty informou que oito diplomatas foram enviados para a Polônia, para ajudar o grupo, e que alguns chegaram no país.
Já a Embaixada do Brasil em Kiev divulgou hoje comunicado com orientações a brasileiros que ainda se encontram nas duas maiores cidades da Ucrânia, Kiev e Khar-kiv. A principal recomendação é para que deixem o país prontamente, assim que considerarem seguro se deslocar até a estação central de trens dessas cidades. A rota de saída recomendada é em direção oeste, onde é possível pegar conexões para a Hungria ou a Polônia.