Com golpes de varas, machados e coronhadas de fuzil, 90 mulheres judias de origem francesa perderam a vida, no dia 5 de outubro de 1942, em uma prisão feminina no subcampo de Budy, parte do complexo de Auschwitz, em uma região da Polônia anexada pelos alemães. A tragédia ficou conhecida como Massacre de Budy.
Parte do maior complexo de campos de concentração nazistas, a unidade feminina do subcampo de Budy foi fundada em junho de 1942 como um ato de punição coletiva após a fuga de uma polonesa. As prisioneiras eram constantemente submetidas a castigos físicos, trabalho escravo e estupros. Para dormir, compartilhavam beliches e cobertores ou adormeciam no chão. Passavam fome e frio. A primeira refeição só era servida ao meio-dia. As mulheres recebiam um chá e um pedaço de pão com margarina ou geleia. E, à noite, uma sopa rala.
Alguns registros mostram que, naquela noite, houve o início de um motim. Um dos documentos descreve como “uma revolta instigada por prisioneiras na tentativa de aterrorizar e sair do campo”. Outro depoimento diz que uma guarda teria visto uma prisioneira voltar do banheiro com uma pedra na mão e gritou pedindo socorro, dizendo que tinha sido agredida.
A partir daí, começou o massacre contra as judias francesas. Além das agressões físicas praticadas pelo contingente nazista, algumas mulheres foram jogadas no sótão do prédio. Aquelas que sobreviveram e ficaram feridas foram assassinadas no dia seguinte.
De acordo com o Museu do Holocausto, “o regime nazista frequentemente submetia as mulheres, judias e não judias, a brutais perseguições” por conta do gênero.
História Hoje
Redação: Beatriz Evaristo
Sonoplastia: Messias Melo