A Organização Mundial de Saúde fez um apelo ao governo de Israel para suspender imediatamente a ordem de evacuação, dada a mais de 1 milhão de pessoas que vivem na área norte da Faixa de Gaza.
De acordo com a OMS, a evacuação em massa seria desastrosa para feridos, trabalhadores da saúde e outros civis que ficarem para trás ou acabarem presos durante a movimentação das pessoas. A organização salienta ainda que com os ataques aéreos contínuos e o fechamento das fronteiras, as pessoas que vivem em Gaza não têm para onde ir, e quase a metade da população tem menos de 18 anos.
Além disso, segundo informações das autoridades de saúde palestinas, é impossível retirar pacientes vulneráveis dos hospitais sem arriscar suas vidas. Os dois hospitais na região norte que continuam operando já excederam sua capacidade, que é de cerca de 760 leitos conjuntamente. Centenas dos internados estão gravemente feridos e mais de 100 em estado crítico.
E os quatro hospitais funcionando na região sul tampouco têm capacidade de recebê-los. A OMS também pediu a instalação imediata de um corredor humanitário para conseguir entregar suprimentos médicos em Gaza. De acordo com a organização, há material suficiente para tratar mais de 300 mil pessoas já separados em Dubai, aguardando permissão para serem levados de avião para a fronteira egipcia.
Outra organização de saúde que condenou a ordem de evacuação foi os Médicos Sem Fronteira, que denunciaram terem recebido uma ordem para abandonar seu hospital em Al Awda em apenas duas horas. A Ong declarou que está tentando proteger seus trabalhadores e pacientes. Desde o início das hostilidades, no sábado passado, após ataques do movimento palestino Hamas, cerca de 1.200 pessoas morreram em Israel, e outras 1.500 após as retaliações do governo de Israel em Gaza.