O Conselho de Segurança da ONU aprovou, nesta quarta-feira (15), uma resolução pedindo pausa humanitária no conflito entre Israel e o Hamas na Faixa Gaza. A resolução ainda pede a imediata libertação dos reféns mantidos pelo Hamas e a criação urgente de corredores humanitários e prolongados em toda a área do conflito para atendimento de urgência.
O texto defende o respeito ao direito internacional, principalmente a proteção de civis e crianças, rejeita o deslocamento forçado da população e pede a normalização do abastecimento de bens essenciais, como água, eletricidade, alimentos e suprimentos médicos. Formalizada por Malta, a proposta foi aprovada pela maioria dos países do Conselho, incluindo o Brasil. Estados Unidos, Reino Unido e Rússia se abstiveram de aprovação do texto.
O representante brasileiro, o embaixador Norberto Moretti, afirma que a resolução restaura a credibilidade do Conselho de Segurança. Moretti disse ainda que é preciso respeitar o direito internacional e buscar a paz na região.
A embaixadora de Malta, Vanessa Frazier, disse que as vidas de crianças e recém-nascidos no Hospital Al-Shifa estão em perigo. Para ela, o voto na resolução se traduz em vidas humanas reais. Após cercar o hospital por dias, Israel invadiu o local nesta terça-feira (14), colocando em risco centenas de doentes.
A embaixadora dos Estados Unidos, Linda Thomas-Grrenfield, disse que o país não poderia votar sim em um texto que não condenasse o Hamas ou não defendesse a ação de Israel.
O representante de Israel, Jonathan Miller, disse que a resolução é desconectada da realidade e questionou o Conselho por não condenar os ataques à Israel.
Riyad Mansour, Observador da Palestina na Onu, afirmou que era necessário o pedido de cessar fogo e que o objetivo de Israel é de desapropriar Gaza e negar direitos dos palestinos.
A Rússia chegou a propor uma emenda ao texto, pedindo o cessar-fogo com o fim da violência em Gaza. A proposta foi rejeitada pelos Estados Unidos, que tem poder de veto no Conselho.
Essa foi a quinta tentativa de uma resolução do Conselho de Segurança desde que se acentuou o conflito entre Israel e o Hamas, sempre com veto dos Estados Unidos aos textos que pediam cessar-fogo.