Diretor-geral da OMS faz alerta sobre situação da saúde em Gaza
O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanon, disse que o sistema de saúde em Gaza vive um cenário impossível de descrever.
Tedros Adhanon apresentou um balanço da estrutura de saúde na Palestina e em Israel. Foi durante uma nova reunião do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).
Ele disse que a saúde na Faixa de Gaza está de joelhos e o cenário é impossível de descrever.
“O cenário no local é impossível de descrever. Corredores de hospitais abarrotados de feridos, doentes, moribundos, necrotérios transbordando, cirurgias sem anestesia. Dezenas de milhares de pessoas deslocadas abrigadas em hospitais. Famílias amontoadas em escolas superlotadas, clamando por comida e água."
Segundo o diretor, metade dos hospitais da Faixa de Gaza e 66% das unidades básicas de saúde não estão funcionando. As que estão, operam além da capacidade. Tedros Adhanon alertou para o surto de doenças devido à aglomeração cada vez maior das pessoas, sem condições de higiene.
“À medida que mais e mais pessoas se deslocam para espaços cada vez menores, a sobrelotação aumenta os riscos de surtos de doenças diarreicas e respiratórias e de infeções cutâneas.”
Na Faixa de Gaza há mais de 27 mil feridos. Alguns com lesões potencialmente fatais. Além das vítimas dos bombardeios há ainda os cuidados de rotina. Em média 180 mulheres dão à luz por dia, 9 mil pacientes estão em tratamento de câncer e 350 mil pessoas têm diabetes, doenças cardíacas e hipertensão.
Tedros lembrou o número de crianças mortas a todo instante e reforçou a impossibilidade de se protegerem dos ataques:
“Em média, uma criança é morta a cada 10 minutos em Gaza. um milhão e meio de pessoas foram deslocadas e procuram abrigo em qualquer lugar. Mas não existe lugar seguro. Ninguém está seguro. Não existe lugar seguro. Ninguém está seguro."
O representante permanente de Israel no Conselho de Segurança, Gilad Erdan, contestou os dados da OMS, dizendo que as informações têm origem em fontes do Hamas. Segundo os dados, mais de 11 mil pessoas morreram vítimas dos bombardeios desde o dia 7 de outubro.