A organização de direitos humanos Anistia Internacional disse ter evidências de que Israel usou fósforo branco entre os dias 10 e 16 de outubro na população civil que vive no sul do Líbano. A região é marcada pela presença de antigos refugiados palestinos e também pela presença do Hezbollah, partido político libanês que não reconhece o estado de Israel.
O uso da substância sobre populações civis é considerado crime de guerra.
Um ataque na cidade de Dhayra, em 16 de outubro, feriu pelo menos nove civis e deixou vários desabrigados, já que as casas teriam sido incendiadas pela arma química. Também ha evidências de uso do fósforo branco em três outras ocasiões, tanto em Dayra, quanto nas cidades libanesas de al-Mari e Aita al-Chaab, todas na divisa com Israel.
Desde 7 de outubro, além dos bombardeios à Faixa de Gaza, as hostilidades também aumentaram na divisa entre Israel e o Líbano. Pelo menos quatro civis e 48 membros do Hezbollah morreram desde então. Também foram mortos seis soldados israelenses e um civil. As informações são da Anistia Internacional.
A organização pediu que Israel suspenda imediatamente o uso do fósforo branco. A organização também investiga se os ataques do Hezbollah e de outros grupos armados libaneses violaram o direito humanitário internacional.
Desde 2013, Israel vem prometendo suspender o uso da arma química, mas reincide. Nós entramos em contato com a Embaixada de Israel no Brasil, mas não houve retorno.
O direito humanitário internacional reconhece que existem usos legais da substância, mas que ela nunca deve ser disparada contra áreas civis povoadas e sobre infraestruturas civis.
O fósforo branco é uma substância incendiária usada principalmente para criar uma densa cortina de fumaça ou marcar alvos. Quando exposto ao ar, queima a temperaturas extremamente altas. As pessoas expostas ao fósforo branco podem sofrer danos respiratórios, falência de órgãos e lesões graves, como queimaduras extremamente difíceis de tratar.
