O Ministério da Defesa aumentou a presença militar nas fronteiras da região Norte, em especial nas áreas próximas a Venezuela e Guiana, que disputam o território do Essequibo.
A área representa dois terços do território da Guiana, mas tem a posse questionada pela Venezuela desde 1899, quando esse espaço foi entregue à Grã-Bretanha, que controlava a Guiana na época. A Venezuela, no entanto, não reconhece essa decisão e sempre considerou a região "em disputa".
Essequibo tem 160 mil km², uma população de 120 mil pessoas e é rico em petróleo.
A tensão foi agravada pela realização de um referendo na Venezuela, que acontecerá no próximo domingo, sobre uma possível anexação do território à sua área.
Aqui no Brasil, a secretária da América Latina e Caribe do Itamaraty, embaixadora Gisela Maria Figueiredo Padovan, disse que o governo acompanha com preocupação a disputa na região.
Padovan acrescentou que o interesse do Brasil é não ter nenhuma questão militar e bélica na região e que entende que o referendo que a Venezuela vai realizar é uma questão interna do país. Disse ainda que a diplomacia brasileira defende uma solução pelo diálogo, seja por negociações bilaterais ou por meio da Corte Internacional de Justiça que disse ter jurisdição sobre o caso.
Aliás, a Guiana entrou com uma liminar na Corte para suspender o referendo deste domingo. Como a Venezuela não reconhece a jurisdição da Corte Internacional, nesse caso, evoca o Acordo de Genebra de 1966, intermediado pela ONU na época, após a independência da Guiana.
Para os venezuelanos, a região ainda está por ser negociada.
*Com informações da Agência Brasil.