Disputa por Essequibo pode ampliar tensão diplomática internacional
Diante da disputa territorial pela região de Essequibo entre a Guiana e a Venezuela, a situação deve tensionar as relações diplomáticas e econômicas na região. É o que avalia o membro do Observatório da Política Externa e Inserção Internacional do Brasil, Bruno Silva.
A região em disputa tem 160 mil quilômetros quadrados e equivale a aproximadamente 75% do território da Guiana. A Assembleia Nacional venezuelana já recebeu do presidente Nicolás Maduro um projeto de lei que cria o Estado da Guiana Essequibo, como parte da Venezuela.
Caso seja aprovado, a lei passa a atender o resultado do referendo do último domingo. Na ocasião, 95% da população votou a favor da anexação de parte da Guiana ao território venezuelano. Maduro comemorou a alta aprovação, pela população, de uma das perguntas do referendo.
Maduro também publicou nas redes sociais o novo mapa da República Bolivariana da Venezuela e determinou que seja atualizado nas escolas, universidades e comunidades.
Após as declarações e o decreto venezuelano, o presidente da Guiana, Irfaan Ali, declarou, em rede nacional, que as Forças de Defesa da Guiana estão em alerta máximo para defender o território de Essequibo e que as falas de Maduro são vistas como ameaça.
Irfaan Ali também anunciou que acionou países como Estados Unidos, Brasil, Reino Unido e a França. Enquanto a situação se desenrola nos países vizinhos, o exército brasileiro informou ter antecipado o envio de veículos blindados e militares para a cidade de Pacaraima, em Roraima, fronteira do Brasil com a Venezuela.