A disputa pelo território de Essequibo ganha mais um capítulo e o próximo encontro entre os presidentes da Venezuela, Nicolás Maduro, e da Guiana, Irfaan Ali, vai ser no Brasil dentro de três meses. Este é um dos acordos entre os países, após se reunirem na quinta-feira (14), em São Vicente e Granadinas. Outro compromisso é não usar a força na disputa pelo território.
Um dos mediadores do encontro foi o Brasil - por meio do enviado especial do presidente Lula, Celso Amorim. O território brasileiro é o único que faz fronteira tanto com a Venezuela quanto com a Guiana. Também mediam as conversas diante do impasse as entidades regionais Celac, Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos - e a Caricom, Comunidade do Caribe. Após a reunião, os líderes dos dois países agradeceram, na rede social, a intermediação e a existência do diálogo.
A Declaração Conjunta ainda diz que qualquer divergência entre os países vai ser tratada de acordo com o Direito Internacional. Também está no documento que a Guiana está comprometida com os procedimentos da Corte Internacional de Justiça, para tratar da disputa por Essequibo. E ficou registrado no acordo que a Venezuela não reconhece a entidade para lidar com o assunto.
Na semana passada, Nicolás Maduro anunciou, após aprovação pela população em um plebiscito, que vai criar o Estado da Guiana Essequiba, caso a Assembleia Nacional da Venezuela aprove o projeto de lei. Isso significa que a Venezuela pretende anexar a região de Essequibo ao próprio território. As declarações de Maduro foram vistas como ameaça, por parte do governo da Guiana. O presidente Irfaan Ali anunciou que as forças de defesa estão prontas para defender o território, que é rico em petróleo.
No entanto, a reunião bilateral entre os dois líderes teve como um dos resultados o acordo de não usarem a força, não intensificarem o conflito e não tensionar a relação entre os países.
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