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Internacional

Ataque a Israel coloca Irã em destaque, acredita especialista

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Gabriel Brum - repórter da Rádio Nacional
15/04/2024 - 17:03
Brasília

O ataque direto do Irã contra Israel coloca o país muçulmano em posição de destaque no Oriente Médio e pode interferir no conflito na Faixa de Gaza. É o que avalia o professor de Relações Internacionais do IDP, Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa, Robson Valdez. Ele diz que a ofensiva iraniana, capaz de atingir o solo israelense a partir do próprio território, é um indicativo de poder para os países da região.

“No imaginário de todo o mundo muçulmano, isso tem um poder muito grande para que reforça a liderança do Irã, no Oriente Médio, frente a outros atores que também disputam essa liderança, como a Arábia Saudita e a própria Turquia”, avalia Robson.

Para o professor de Relações Internacionais da USP, Universidade de São Paulo, Pedro Dallari, o temor de o conflito se espalhar para outros países da região tem justificativa.

“Não há indicação de que as partes envolvidas, Israel, o Irã, os Estados Unidos, a China, a Rússia, tenham interesse em que as hostilidades ganhem vulto. Mas o risco é que a situação saia do controle e aí um conflito acabe se generalizando. Eu diria que isso não é provável, mas é possível”, pondera.

Dallari ressalta que as hostilidades diretas entre Irã e Israel acontecem enquanto ocorre um conflito entre as forças israelenses e grupos patrocinados pelo Irã, como o Hamas e o Hezbollah.

“Então, na verdade, o envolvimento direto do Irã no conflito é um elemento a mais, em um conflito em que o Irá já vem tendo um papel de destaque, relevante, desde o início”.

O professor Robson Valdez acredita que o conflito na Faixa de Gaza deve ser impactado com a ação iraniana.

“Esse ataque pode demandar das forças israelenses, uma atenção e uma mobilização militar maior, mais custosa para também proteger o estado israelense de eventuais ameaças do Irã de enfraquecer e de, alguma forma, em alguma dimensão, as capacidades do exército israelense, de também fazer frente à sua incursão em Gaza”.

O Ministério das Relações Exteriores orientou os brasileiros que evitem viagens não essenciais aos países da região. Segundo o Itamaraty, ainda não foram feitos pedidos de repatriação.

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