O ex-candidato Edmundo González indicou que não vai comparecer ao Ministério Público Venezuelano, nesta segunda-feira, para prestar depoimento sobre as acusações de crimes relacionados às eleições presidenciais ocorridas em 28 de julho, quase um mês atrás.
A procuradoria alega que a convocação é para investigar supostos delitos atribuídos a González, entre eles, usurpamento de funções, forjar documentos públicos, instigar a desobediência das leis, crimes digitais, associação e conspiração.
Nas redes sociais, o ex-candidato da oposição, que tem divulgado documentos que questionam a reeleição de Nicolás Maduro, disse que acusação do MP é de natureza política. Declaração traduzida em português:
"O Ministério Público pretende me submeter a uma entrevista, sem esclarecer em que condições se espera que compareça, e pré-qualificando delitos não cometidos. O Procurador-Geral da República tem se comportado repetidas vezes, como um acusador político. Condena antecipadamente e agora impõe uma convocação sem garantias de independência e do devido processo."
Segundo a convocação do MP, ao não comparecer, González poderá responder por desacato no Tribunal Supremo de Justiça.
Nesta segunda-feira, um dos membros do Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela disse que "não há evidências" de que Nicolás Maduro tenha vencido as eleições do mês passado. Juan Carlos Delpino falou pela primeira vez sobre o assunto ao jornal The New York Times. Depois disso, Delpino publicou um comunicado público listando uma série de argumentos sobre "irregularidades ocorridas durante o processo eleitoral", como a divulgação dos resultados; a exclusão do direito de voto dos venezuelanos no exterior; problemas no sistema automatizado para registro de candidaturas; e ausência de observadores internacionais que já haviam sido convidados.