Grupos islâmicos e oposição disputam futuro político da Síria
Após a queda de Bashar al-Assad, a situação política da Síria deve permanecer instável por tempo indefinido, avalia cientista político. A razão é que grupos políticos com orientações muito diversas deverão disputar uma "fatia de poder" deixado pelo ex-presidente. Bashar al-Assad renunciou ao cargo após grupos rebeldes islâmicos tomarem várias cidades, incluindo a capital Damasco.
O conflito na Síria dura quase uma década e meia. Começou na chamada "Primavera Árabe", quando a população de vários países do oriente médio saiu às ruas contra governos autoritários. De lá para cá, a repressão do governo sírio se tornou uma guerra civil, e sem um horizonte democrático pela frente, explica o cientista político Ricardo Leães.
A Síria tem uma população de cerca de 23 milhões de pessoas, e faz fronteira com Irã, a Leste, e com Israel e Líbano a oeste. E foi a perda do apoio político internacional que explica a queda do governo sírio.
Segundo Ricardo Leães, o Irã sai mais prejudicado com a queda de Bashar al-Assad, pois a Síria era usada como passagem de armamentos para o Hezbollah.
Nesse domingo, o enviado das Organização das Nações Unidas para a Síria pediu para que as partes envolvidas evitem o derramamento de sangue e iniciem uma transição que inclua todas as comunidades e com foco na estabilidade.