Pronunciamento de Trump no Congresso americano segue repercutindo

O discurso do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no Congresso americano na noite passada (4) continua a gerar repercussões. Com duração de 1 hora e 40 minutos, foi o pronunciamento mais longo da história feito por um presidente americano a congressistas. Embora a maior parte do discurso tenha sido voltado para o público interno, Trump também abordou questões de relações internacionais.
Sobre a Ucrânia, Trump leu um trecho da carta recebida do presidente Volodymyr Zelensky, que expressou sua disposição para negociações rápidas visando uma paz duradoura. Zelensky agradeceu ao apoio americano e informou que está pronto para assinar o acordo relacionado a minerais e segurança. Nesta quarta-feira (5), o conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Michael Waltz, anunciou que Washington suspendeu o compartilhamento de inteligência com Kiev, seguindo o congelamento de ajuda militar anunciado na segunda-feira (3). Mais tarde, a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou que o governo Trump está reconsiderando a pausa no financiamento militar, dado que as negociações sobre o acordo de minerais estão em andamento.
Em relação à Groenlândia, Trump reiterou a necessidade do território, atualmente parte da Dinamarca, para a segurança nacional e internacional, afirmando que acredita que conseguirá obtê-lo de alguma forma. O ministro das Relações Exteriores dinamarquês, Lars Løkke Rasmussen, destacou que a parte mais importante do discurso de Trump foi o reconhecimento do direito à autodeterminação da Groenlândia. Copenhague vem afirmando que a ilha deve decidir seu próprio futuro. Pesquisas de opinião indicam que a maioria dos groenlandeses se opõe à incorporação aos Estados Unidos, mas é favorável à independência da Dinamarca.
Trump também anunciou novos investimentos na indústria naval e afirmou que seu governo já começou a recuperar o Canal do Panamá. O presidente dos Estados Unidos saudou um acordo liderado por uma empresa norte-americana de investimentos para comprar o controle das operações do canal de um conglomerado de Hong Kong. O republicano tem denunciado a influência chinesa no Panamá.
Faixa de Gaza
Em uma declaração conjunta, Reino Unido, França e Alemanha pediram ao governo de Israel que cumpra suas obrigações internacionais e garanta o fornecimento completo, rápido, seguro e desimpedido de assistência humanitária à população da Faixa de Gaza. Após o fim da primeira fase do acordo de cessar-fogo com o Hamas, no último sábado (1º), Israel voltou a proibir a entrada de comboios com suprimentos no território e rejeitou um plano apresentado por países árabes para reconstruir Gaza. A diplomacia israelense argumentou que o plano depende da autoridade palestina e da agência da ONU para refugiados palestinos, que, segundo Israel, demonstraram corrupção, apoio ao terrorismo e falhas na resolução do problema.
Na terça-feira (4), líderes árabes se reuniram no Cairo e adotaram um plano de US$ 53 bilhões que não envolveria o reassentamento de palestinos, em contraste com a visão da Riviera do Oriente Médio proposta por Donald Trump.
*Com informações da agência Reuters





