Acaba sem acordo reunião sobre indenização por desastre em Brumadinho
Terminou sem acordo a terceira tentativa de negociações sobre as indenizações pelo rompimento da barragem de rejeitos de minério da Mina do Córrego do Feijão, no município mineiro de Brumadinho.
O governo de Minas Gerais e instituições jurídicas estaduais e federais, como ministérios públicos e defensorias, pedem que a mineradora Vale pague R$ 54,6 bilhões para reparação coletiva dos prejuízos econômicos e sociais aos atingidos em toda a bacia do rio Paraopeba.
Outras três reuniões estão agendadas para esses próximos dias: sexta, sábado e segunda-feira. Se houver avanço nas tratativas, uma nova audiência de conciliação pode ocorrer no dia 17 de dezembro.
O promotor do Ministério Público de Minas Gerais André Sperling afirmou que o MP não abre mão de recursos para os atingidos pelo rompimento da barragem, que causou a morte de 252 pessoas em 25 de janeiro de 2019.
Se ficar para 2021, a tragédia pode completar 2 anos sem que a mineradora indenize coletivamente moradores, estado e municípios pelos danos causados.
Durante a audiência dessa quarta-feira, cerca de mil pessoas protestaram em frete à sede do Tribunal de Justiça na capital mineira, Belo Horizonte. A mobilização foi organizada pelo Movimento dos Atingidos por Barragens. Joceli Andrioli, da coordenação nacional do MAB, considerou a falta de acordo uma vitória.
O secretário geral do governo mineiro, Mateus Simões, afirmou que, mesmo não debatendo os valores da reparação coletiva, a audiência avançou ao definir que assuntos referentes às comunidades atingidas serão remetidos à Assembleia Legislativa.
Em nota, a Vale afirmou que está empenhada em construir um acordo global com o governo de Minas e as instituições de Justiça.
O pagamento emergencial de um salário mínimo por mês pago pela mineradora aos atingidos foi prorrogado até o dia 31 de janeiro do próximo ano.