PGR deve responder a relatório que nega intervenção de Bolsonaro na PF
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes pediu que a Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifeste sobre um relatório feito pela Polícia Federal. É o documento final sobre as investigações da PF sobre o inquérito que apura declarações do ex-ministro da Justiça Sérgio Moro sobre uma suposta tentativa de interferência política do presidente Jair Bolsonaro na própria Polícia Federal.
A investigação apura a prática de crimes de falsidade ideológica, coação no curso do processo, advocacia administrativa, prevaricação, obstrução da justiça e corrupção passiva privilegiada pelo presidente da República. Com relação a Moro, foram apurados os supostos crimes contra a honra e por denunciação caluniosa.
No relatório final, a Polícia Federal concluiu que não existem indícios mínimos de crimes, tanto por parte de Bolsonaro quanto de Moro. Pelo contrário: as provas encontradas demonstram que não existiu interferência política na instituição.
Ainda de acordo com a PF, cabe ao presidente da República nomear e exonerar o diretor-geral do órgão, independentemente da opinião do ministro da Justiça. Além disso, os atos atribuídos a Bolsonaro foram praticados dentro da legalidade.
Foram quase dois anos de investigação para fazer perícias, análises de dados e ouvir 18 pessoas. De acordo com a Polícia Federal, todas as testemunhas disseram que não receberam orientação ou pedido para interferir ou influenciar em investigações.