Começou com quase três horas de atraso, nesta segunda-feira, o depoimento do ex-vereador do Rio de Janeiro Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho, de 44 anos.
O início da sessão foi marcado por um impasse entre a juíza Elizabeth Machado Louro, titular da 2ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do estado, e advogados de defesa de Jairinho. Tudo porque permaneciam de pé em protesto a uma acusação da promotoria a uma crítica feita à juíza nas redes sociais de um dos advogados.
Houve discussão e a juíza condicionou o prosseguimento da sessão a que os advogados se sentassem, o que atrasou ainda mais o início do depoimento.
Jairinho disse que só responderia as perguntas feitas por sua defesa.
A juíza, então, esclareceu que o réu não responderia perguntas dos promotores de justiça e da assistência de acusação.
Dr. Jairinho começou o depoimento fazendo uma apresentação sobre sua vida, dizendo que sempre viveu em um ambiente familiar com muito amor, e garantiu que nunca agrediu uma criança com palavras ou fisicamente.
Na sexta-feira, o desembargador Joaquim Domingos de Almeida Neto, da 7ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio, negou o pedido de liminar da defesa de Jairinho para suspender a audiência de interrogatório marcada para esta segunda.
O ex-vereador está preso, acusado da morte do enteado, o menino Henry Borel, ocorrida em 8 de março de 2021. A mãe da criança, a professora Monique Medeiros da Costa e Silva, também foi denunciada pelo crime e ficou presa até abril, quando passou a cumprir prisão domiciliar com o uso de tornozeleira eletrônica.
A criança, na época com quatro anos, sofreu torturas no apartamento em que o casal e Henry moravam na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio.
No pedido para adiar este segundo depoimento, os advogados de Jairinho alegaram cerceamento de defesa em consequência da decisão do juízo da 2ª Vara Criminal da Capital, de indeferir a solicitação para ouvir três médicas que assistiram o menino Henry Borel no Hospital Barra D'Or, um radiologista da mesma unidade hospitalar, os técnicos que atuaram no exame de necrópsia realizado na vítima e a perita legista Gabriela Graça Suares Pinto.
No entendimento da defesa, só após ouvir essas pessoas é que deveria ser marcada nova data de depoimento de Jairinho.
Na decisão, que manteve o interrogatório do réu para esta segunda, o desembargador destacou que as três médicas e o radiologista já haviam prestado depoimento e que as demais testemunhas não foram requisitadas no momento adequado.