A Polícia Federal no Paraná, junto com a Receita Federal, realizou nesta quinta-feira (28) a operação Traders contra um grupo criminoso que praticava pirâmide financeira e operava ilegalmente na Bolsa de Valores.
De acordo com a investigação, o grupo se apresentava como traders, profissionais que operam na bolsa de valores, e captavam economias de suas vítimas a pretexto de aplicar nas chamadas operações de “Day Trade”, que é um modelo de operação na bolsa em que o investidor fica de olho nas oscilações 24h para efetuar a compra e venda de ações dentro do mesmo dia. Eles prometiam retornos de mais de 6,4% ao mês.
Mas o grupo não tinha autorização da CVM - comissão de Valores Mobiliários para fazer esse tipo de captação de recursos e operar na bolsa. Além disso, eles aplicavam somente parte do que era captado e tinham prejuízos frequentes nas operações de Day Trade, conforme explicou o delegado Rafael Favreto.
Posteriormente, na tentativa de continuar enganando os investidores, o grupo criou um banco digital de fachada, com sede em Umuarama, no Paraná, alegando que com essa migração de serviços, poderia honrar seus compromissos com as vítimas.
Foram cumpridos nesta quinta 17 mandados de busca e apreensão, além do sequestro de bens dos suspeitos. Estima-se que o grupo tenha captado mais de 200 milhões de reais de milhares de pessoas.
A CVM dá algumas orientações para que as pessoas não caiam em golpes. Uma delas é sempre suspeitar caso haja oferta de rentabilidades fora do comum. Na modalidade de operações de Day Trade, por exemplo, não há garantia de rentabilidade, muito pelo contrário, trata-se de uma operação muito arriscada e que pode levar a prejuízos. Um estudo feito por pesquisadores da FGV em 2021 mostra que apenas 5% dos operadores experientes em Day Trade tem lucro mensal acima de 10 mil reais, e a grande maioria, 54%, apresenta prejuízos.
Outra dica é que as pessoas investiguem muito bem a empresa antes de investir. Para operar na bolsa, empresas ou grupos precisam estar cadastrados no sistema da CVM. A consulta pode ser feita em sistemas.cvm.gov.br




