Justiça de SP proíbe o metrô de mudar nome da estação Paulo Freire
A justiça de São Paulo proibiu a troca de nome da futura estação Paulo Freire para Fernão Dias. Essa estação faz parte da linha verde do metrô e fica próxima tanto da avenida Paulo Freire como da Rodovia Fernão Dias. A previsão de inauguração é em 2026.
Em março deste ano, o governo de São Paulo havia anunciado a troca do nome da estação do educador Paulo Freire, que é o patrono da educação brasileira, para o bandeirante do século 17 Fernão Dias, sob alegação de que a população tinha escolhido este nome em pesquisa encomendada pelo Metrô junto a moradores do entorno, em dezembro do ano passado.
No entanto, a deputada estadual Ediane Maria (Psol-SP) discordou da decisão e entrou na justiça contra a troca do nome, alegando que o governo de São Paulo fez a escolha de um notório bandeirante que escravizou negros e indígenas no processo de colonização do país. E, de acordo com lei federal de 2013, é proibido a homenagem a figura pública que tenha se notabilizado pela defesa ou uso de mão de obra escrava.
A juíza Maria Fernanda Rodovalho acatou a tese da deputada e no acórdão da decisão também questionou os métodos realizados pela pesquisa do metrô, afirmando que não era possível ter dados transparentes sobre a pesquisa, sua metodologia e quem foram os entrevistados, se eram moradores ou pessoas que passaram pela região.
Em nota, o metrô informou que o processo de escolha dos nomes de futuras estações é realizado a partir de critérios relacionados à localização, bem como características que facilitem a identificação pelos passageiros. A nota não respondeu à pergunta da reportagem se o metrô vai recorrer da decisão judicial.