TST mantém condenação de Sari Corte Real e ex-prefeito de Tamandaré-PE
Os ministros da 3ª Turma do Tribunal Superior do Trabalho decidiram por unanimidade, nesta quarta-feira (28), manter a decisão da justiça trabalhista de Pernambuco que condenou o ex-prefeito da cidade pernambucana de Tamandaré, e sua esposa, Sari Corte Real, ao pagamento de R$ 386 mil em danos coletivos pela contratação irregular de empregadas domésticas.
Segundo o MPT, três empregadas foram contratadas para trabalhar na casa do ex-prefeito, mas figuraram no quadro de servidores do município e não recebiam direitos trabalhistas, como FGTS, horas extras, vale-transporte e verbas rescisórias. Além disso, foi constatado que as funcionárias prestaram serviços durante o período da pandemia sem terem recebido equipamentos de proteção individual, como máscaras.
O caso das contratações consideradas irregulares pelo Ministério Público do Trabalho veio à tona após a esposa do ex-prefeito de Tamandaré, Sari Corte Real, se envolver na morte do menino Miguel Otávio da Silva, ocorrida em junho de 2020, no no auge das restrições da pandemia da covid-19.
Sem escola e sem ter com quem deixar a criança, sua mãe, Mirtes Renata de Souza, levou-o ao trabalho, em uma cobertura onde trabalhava como empregada doméstica para o casal. Segundo a investigação, em dado momento, ela deixou o menino com a patroa, Sari Corte Real, enquanto levava o cachorro para passear. Durante a ausência da mãe, Miguel entrou no elevador do prédio e Sari apertou o botão de uso do elevador e deixou a criança sozinha. Ao chegar na cobertura, o garoto saiu por uma porta corta-fogo, saltou sobre uma janela e subiu em um condensador de ar. O equipamento não aguentou o peso de Miguel, que caiu de uma altura de 35 metros.
Na esfera criminal, a Justiça de Pernambuco condenou Sari a 8 anos e 6 meses de reclusão pelo crime de abandono de incapaz com resultado morte. Ela pagou fiança e recorre em liberdade.
Nossa produção entrou em contato com a defesa do casal e aguarda retorno.