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Justiça

STF: pessoas em situação de rua não podem ter recolhimento forçado

A maioria do Supremo proíbe essa ação em estados e municípios
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Gésio Passos - repórter da Rádio Nacional
21/08/2023 - 20:54
Brasília
Brasília (DF) 07/06/2023 - O cacique Raoni (c) participa da sessāo de julgamento Supremo Tribunal Federal (STF)  julgamento do marco temporal de terras indígenas. O caso põe em lados opostos ruralistas e povos originários, e está parado na Corte desde 2021.O tema tem relevância porque será com este processo que os ministros vão definir se a tese do marco temporal tem validade ou não. O que for decidido valerá para todos os casos de demarcação de terras indígenas que estejam sendo discutidos na Justiça.
Foto: José Cruz/Agência Brasil
© José Cruz/Agência Brasil

O Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria para proibir que estados e municípios façam a remoção e o transporte compulsório de pessoas em situação de rua.

A decisão também não permite o recolhimento forçado de bens e pertences dessa população, bem com uso de estruturas que impeçam a permanência dessas pessoas nas ruas, como instalação de pedras ou espetos em pontes, viadutos e marquises de prédios.

O plenário segue a decisão liminar do relator, o ministro Alexandre de Moraes, que foi seguido pelas ministras Rosa Weber e Carmen Lúcia, e os ministros Cristiano Zanin, Dias Toffoli, Nunes Marques, Edson Fachin e Luiz Fux.

Ainda faltam votar os ministros Gilmar Mendes, Roberto Barroso e André Mendonça. O julgamento se encerra nesta segunda-feira.

Alexandre de Moraes ainda estabeleceu prazo de 120 dias para que o governo federal elabore um plano de ação e monitoramento para uma efetiva Política Nacional para População de Rua.

Segundo o IPEA, entre 2012 e 2020, houve um aumento de 211% da população em situação de rua, em todo país.

A ação foi movida pelos partidos Rede Sustentabilidade e PSOL e pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Teto com o argumento que a população em situação de rua está submetida a condições desumanas de vida devido a omissões dos poderes executivo e legislativo, em seus três níveis.

Em nota, o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social e o Ministério de Direitos Humanos e da Cidadania disseram que estão definindo ações conjuntas pelos direitos da população em situação de rua, em cumprimento da decisão do ministro Alexandre de Moraes. 

 

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